O termo sustentabilidade nunca foi tão relevante e discutido quanto agora. É um conceito que engloba a adoção de processos autossuficientes e de práticas ambientais para transformar o mundo em um lugar melhor. Por esse motivo, pode ser aplicado nas mais diversas áreas, incluindo a arquitetura.
O objetivo é minimizar possíveis impactos provocados pelas construções e reformas de edificações, desenvolvendo projetos arquitetônicos inteligentes e que estejam em harmonia com o entorno. Mas como atingir esse objetivo sem deixar de lado o bom gosto e a qualidade nas obras?
É para responder a essa pergunta e discutir a arquitetura sustentável que convidamos a arquiteta Mara Ramos a contribuir com este artigo. Para saber mais sobre o tema, basta acompanhar os próximos tópicos!
O que é arquitetura sustentável e qual sua importância?
A sustentabilidade se baseia no equilíbrio social, ambiental e econômico. Assim, sua aplicação na arquitetura prevê as edificações como sistemas financeiramente viáveis e que possam atender às necessidades das pessoas e do meio ambiente.
Embora pareça recente, o conceito de arquitetura sustentável surgiu em 1970 e, desde então, tem feito parte do dia a dia de engenheiros, designers e arquitetos. O destaque ao termo tem um bom motivo se lembrarmos que o ramo da construção civil é um dos maiores responsáveis pelo consumo de energia e de recursos naturais.
Nesse cenário, a adoção de soluções inteligentes traz inúmeros benefícios, tanto para os proprietários das obras quanto para a população em geral. Cabe aos profissionais envolvidos buscar novos conhecimentos e testar possibilidades que permitam conceber prédios mais eficientes.
Para isso, é essencial ter domínio de práticas que ajudem a reduzir impactos e evitar desperdícios. Estas devem aparecer em todas as fases do processo criativo, desde o planejamento (definição da posição do edifício, por exemplo) até a execução (instalação de dispositivos, uso de materiais ecológicos etc).
Quais são as práticas da arquitetura sustentável?
Conceber casas, prédios comerciais e indústrias com base na sustentabilidade exige análise detalhada de cada aspecto da futura obra. Perguntas sobre a condição de trabalho da equipe de mão de obra, procedência das matérias-primas e destinação dos resíduos, por exemplo, podem ser ótimos pontos de partida.
O objetivo é combinar o máximo de soluções que possam ter impacto positivo na vida das pessoas e, consequentemente, na sociedade. Veja exemplos de boas práticas que você pode incluir em seus futuros projetos.
Aproveitamento da energia solar
O sol é uma fonte inesgotável de energia e está presente em todo o mundo, em diferentes níveis de intensidade. Logo, não faz sentido ignorar um recurso tão importante na hora de construir ou reformar. A energia emitida pela enorme estrela pode ser aproveitada para iluminar recintos ao longo do dia e, inclusive, para aquecer a água.
Com sistemas completos, que envolvem a instalação de placas, é possível gerar energia solar em escala doméstica. Muitas soluções do mercado garantem a eficiência plena da edificação, além de permitirem que o consumidor venda o excedente para a concessionária.
Reciclagem e reutilização de produtos
Quem trabalha no ramo da construção sabe que esse tipo de atividade gera um grande volume de resíduos sólidos. Portanto, está mais do que na hora de pensar em estratégias que envolvam o reaproveitamento de peças, materiais e produtos.
É possível reciclar itens e, ainda assim, compor projetos exclusivos para os seus clientes. Um revestimento raro obtido em processo de demolição, por exemplo, pode se tornar elemento decorativo de um novo piso ou parede. A procura por acessórios em antiquários e o reparo de móveis antigos também são ações que contribuem para um ambiente personalizado e de menor impacto.
Valorização da luz e ventilação naturais
Essa é uma das diretrizes mais conhecidas da arquitetura sustentável. Afinal, por que investir em complexos sistemas de climatização e exceder o consumo de energia elétrica quando sabemos que os ventos e a luz solar estão disponíveis em todos os lugares?
Posicionar o edifício de acordo com a trajetória do sol é uma ótima forma de aproveitar essa energia ao longo do dia, visando a claridade adequada e o conforto térmico em cômodos específicos. A instalação de brises e de prateleiras de luz também é útil para direcionar a luz natural a áreas estratégicas.
Prever aberturas em lados opostos da edificação ou combinar janelas com alguns rasgos no teto (jardim de inverno, claraboia etc.) proporciona ventilação cruzada para manter os ambientes arejados e agradáveis. Tudo isso reduz a necessidade de usar lâmpadas, ventiladores e aparelhos de ar-condicionado.
Priorização de materiais locais
O mercado de arquitetura tem desfrutado das novidades em cada lançamento de materiais construtivos. Com tamanha variedade, é importante que os profissionais avaliem a procedência das matérias-primas e priorizem aquelas obtidas de forma segura, com respeito ao meio ambiente e às pessoas.
Materiais vindos de fontes produtoras próximas são ideais, visto que dispensam longas viagens para o transporte e reduzem, portanto, a quantidade de poluentes emitidos na atmosfera. Optar por fornecedores localizados na mesma região também pode ser uma alternativa para minimizar custos.
Coleta da água da chuva
Cisternas devem ser previstas tanto em grandes projetos quanto em obras menores. São reservatórios utilizados para a captação da água da chuva, que, após coletada, pode ser destinada a serviços diversos, como lavagem de carros, limpeza de calçadas, rega de plantas etc.
Mas há outras soluções para o reúso da água consumida nas edificações. É possível, por exemplo, adequar o sistema hidráulico e dividi-lo em categorias (como chuveiro ou vaso sanitário). O volume utilizado e considerado “sujo” pode ser empregado em outras atividades antes de seguir para o processo de tratamento.
Uso de tecnologia
Dispositivos para o controle da intensidade da luz, sensores de presença, torneiras economizadoras e outros recursos vêm para complementar o trabalho dos arquitetos. Muitos desses aparatos compõem as soluções de automação residencial, que visam otimizar o uso da água e da energia elétrica nas casas, bem como proporcionar conforto aos moradores com equipamentos inteligentes.
Para que as tecnologias funcionem corretamente, é fundamental prevê-las desde o início do projeto. Dessa forma, fica mais fácil integrar diferentes recursos à construção e adequar suas funcionalidades conforme as necessidades das pessoas que ocuparão o local.
Existem várias práticas interessantes para a produção de uma arquitetura sustentável, e investir nesse caminho é uma forma de agregar diferenciais à sua carreira. Afinal, é cada vez mais comum encontrar certificações ambientais (como LEED e Aqua) que atestam a qualidade de obras eficientes — e que podem deixar seus projetos em destaque.
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