Urban Jungle: a natureza aliada à arquitetura

Você prefere sair para encontrar seus amigos ou recebê-los em sua casa com comida e bebida caseiros? Cada vez mais pessoas escolhem a segunda opção. Pense na cartela de produtos e serviços que tornam as nossas vidas em casa mais simples: eletrodomésticos, serviços de entrega, streaming de filmes e séries, entre outros. Além disso, mais pessoas trabalham em casa. O home office já é o regime de 55% dos trabalhadores corporativos do Brasil. É nesse cenário que tendências como o urban jungle, movimento que reúne pessoas que cultivam plantas “à beça”, se fortalecem.

Quer entender um pouco mais sobre o impacto dessa tendência no mercado da arquitetura e do paisagismo, quais plantas podem ser cultivadas e em quais ambientes? Aproveite o que preparamos para você fazer seus projetos

O que é o urban jungle?

O futuro é de espaços menores, muito funcionais e minimalistas. Em busca de maior aproximação com a natureza e reforçando a consciência ambiental, pessoas recorrem a um verdadeiro mix de folhagens. Seja em estantes, suportes metálicos, no chão ou penduradas no teto, as plantas tornam apartamentos e casas em grandes centros urbanos mais agradáveis. Formando composições de folhagens e flores, elas são organizadas em arranjos abundantes e de estilos diversos, tendência que ganhou o nome de “urban jungle”. 

“Urban jungle”, ou “floresta urbana”, é um termo usado para nomear plantas de apartamento. O desejo de ficar em casa move mais pessoas pela redescoberta da decoração e do paisagismo. 

Para seus clientes, ter plantas em casa oferece uma série de benefícios que vão além da decoração. Algumas plantas têm propriedades purificadoras que limpam o ar de diversas toxinas. Liberando oxigênio fresco e colaborando com uma boa respiração, elas ajudam as pessoas a se concentrar, dormir e relaxar, o que colabora com um ambiente mais sadio para seus clientes. Além disso, pessoas que cuidam de plantas no dia a dia, regando-as, podando-as e acompanhando seu crescimento, aproveitam uma atividade calmante. 

Para quem quer começar esse tipo de cultivo, como explicaremos melhor adiante, você deve indicar que as plantas sejam adquiridas aos poucos. Como Judith e Igor, do Urban Jungle Bloggers, afirmam à Revista Trip, um iniciante pode se sentir sobrecarregado ou decepcionado ao cuidar de muitas plantas com perfis tão diferentes de uma vez. Alerte os seus clientes de que cada planta tem o próprio ritmo e requisitos particulares, o que exige paciência e aprendizado constante.

Como cada ambiente pode se adaptar?

O uso das plantas em cada ambiente da casa depende dos requisitos da espécie escolhida e do estilo de vida do seu cliente. Confira algumas dicas para seus projetos.

Sala de estar

Na sala de estar, dadas a diversidade de móveis e a vocação do cômodo para recepção de visitas, as plantas podem ser dispostas em arranjos diversos, em prateleiras, no teto, no chão ou em arranjos metálicos nas paredes. Se você quer projetar um jardim vertical, pode contar com os blocos cerâmicos para garantir que as raízes das plantas cresçam fortes.

Um vaso grande ao lado do sofá ajuda a fazer composição com a dimensão do móvel.

Varanda

Com maior incidência de luz, a varanda permite mais brincadeiras com o urban jungle, que pode, até mesmo, contar com plantas frutíferas. Alie-se a móveis como bancos e poltronas para proporcionar mais conforto e receptividade para o ambiente.

Cozinha

Na cozinha, você pode montar um cantinho de temperos e legumes. Salsinha, manjericão, pimentas, tomates e alecrim deixarão as refeições de seus clientes mais gostosas e o cômodo mais vivaz. Você também pode fazer nichos na bancada ou acima dos armários. Lembre-se apenas de deixar as plantas bem acessíveis para facilitar o cuidado.

Quarto

Ao contrário do que afirmam algumas pessoas, as plantas podem ser benéficas para os quartos. Evite apenas as flores, que podem causar alergia a pessoas e animais pela ação do pólen.

Banheiro

Feiras de design e arquitetura têm trazido excelentes exemplos de nichos e jardins verticais em banheiros, deixando o ambiente mais limpo e relaxante. Em seus projetos, escolha plantas que gostem de água e pouca luz, já que as janelas do banheiro costumam ser pequenas.

Quais plantas podem ser cultivadas em apartamento?

Para quem está começando, a dica geral é começar por plantas que se desenvolvam bem em ambientes internos. Alguns exemplos:

  • espada-de-são-jorge;
  • pau-d’água;
  • samambaia;
  • suculentas.

Vale lembrar que, mesmo que espécies como as que citamos se deem bem em apartamentos, elas precisam de ventilação e incidência de luz natural. Avise aos seus clientes: nada de deixar janelas e cortinas fechadas! Conheça outros tipos de plantas para montar uma urban jungle a seguir.

Figueira-lira

Com uma folhagem delicada e vistosa, ela se adapta bem a apartamentos pequenos e não cresce muito para os lados. É bem pouco exigente, precisando apenas de solo úmido e ambientes claros.

Calateia

A calateia tem uma série de variedades que colorem suas folhas com padrões rajados, listras e outros tipos de desenhos. Gostam de sombra ou meia sombra e não requerem grande frequência de irrigação: 2 a 3 vezes por semana, sem encharcar a terra, são suficientes.

Jiboia

Também em diversas espécies e tonalidades (alô, colecionadores!), a jiboia gosta de sol direto, mas se dá bem na sombra. É uma planta ideal para pendurar no teto ou em suportes, já que suas folhas têm um caimento bem bonito.

Columeia

Para quem deseja fazer arranjos no teto, em estantes, prateleiras ou suportes, a columeia é uma ótima escolha. Com folhagens pendentes, ela requer regas constantes e gosta de uma sombrinha. 

Pacová

Com folhas brilhantes, escuras e largas, o pacová também não tem grandes exigências. Ele requer apenas sombra ou luz indireta, rega uma vez por semana e carinho.

Costela-de-adão

Destaque em boards do Pinterest, a costela-de-adão tem folhagens vistosas e brilhantes, dando um toque sofisticado e fresquinho aos ambientes. Exige poucos cuidados: luz indireta e no mínimo duas regas por semana.

Espada-de-são-jorge

Presente na casa de todas as avós e famosa por espantar o “mau-olhado”, a espada-de-são-jorge só precisa ser regada uma vez por semana e pode ser mantida sob luz direta ou indireta. 

Na hora de regar as plantas, é preciso que seus clientes tenham cautela: instrua-os a manter a terra úmida, mas não encharcada. Caso contrário, as raízes podem ficar enfraquecidas. Também é preciso ter muito cuidado com os adubos e o preparo dos vasinhos. Daí a importância de contarem com o apoio de um arquiteto, paisagista ou jardineiro!

Hoje, sistemas de irrigação já facilitam a rega de plantas dispostas em jardins verticais sem danificar estruturas elétricas, e adubos produzidos em composteiras ajudam a manter as plantas nutridas com uma significativa redução do volume de lixo orgânico. Com ajuda profissional e disposição e paciência para aprender, cada vez mais pessoas podem cultivar espaços sustentáveis e agradáveis com economia, o que é uma ótima oportunidade para arquitetos e paisagistas.

E já que estamos abordando tendências no mercado de arquitetura, que tal aprender um pouco mais sobre um dos tópicos mais quentes do momento, a neuroarquitetura? Confira o nosso conteúdo exclusivo sobre o assunto!

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