Na Europa, a cada três minutos começa um incêndio elétrico numa casa; e, apenas no setor residencial, as perdas causadas por este facto ascendem a cerca de 6.500 milhões de euros anuais.
No nosso setor, é sabido que a principal causa da aparição de incêndios elétricos é o arco elétrico e, ainda que as Regras Técnicas das Instalações Elétricas de Baixa Tensão recomendem a instalação de medidas para o evitar, em Portugal não há muito o costume de instalar este tipo de equipamentos, pondo em risco os habitantes dos edifícios e a própria instalação.
Que podemos fazer para prevenir os riscos do arco elétrico? É o que nos vai contar Luis Catalan, Channel Manager, neste novo artigo da série Vai uma Ajudinha, que publicamos especialmente para si, profissional eletricista.
O que é e onde ocorre o fenómeno do arco elétrico?
A existência de ligações defeituosas numa instalação pode levar à carbonização das conexões e da cablagem, efeito que causará um maior fluxo de corrente, aumentando as possibilidades de um incêndio.
Este efeito é o chamado aparecimento do arco elétrico. As suas principais e mais frequentes causas ocorrem, portanto, em situações nas quais as ligações e a cablagem da instalação se encontram deterioradas.
Estes são os principais pontos críticos do aparecimento de arcos elétricos:
- Defeitos no isolamento do condutor provocados por elementos mecânicos, como pregos ou parafusos;
- Esmagamento de cabos ou conectores por portas, janelas ou móveis que possam danificar o material;
- Rompimento de cabos por raios de curvatura demasiado pequenos, ao ampliá-los numa instalação ou colocá-los em abraçadeiras de fixação demasiado apertadas;
- Radiação UV e mordeduras de roedores, sobretudo em instalações ao ar livre;
- Contactos e ligações soltas – por exemplo, ligações danificadas atrás de tomadas.
Por outro lado, o arco elétrico pode ser classificado de três formas diferentes, em função do motivo pelo qual é originado:
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Arco elétrico em série
O arco elétrico surge entre fases e ocorre entre duas partes de um mesmo condutor. Considera-se que um incêndio pode começar a partir de uma intensidade de 2.5 A a uma tensão de 230 V para este caso. Este fenómeno não pode ser detetado pelas proteções convencionais, uma vez que não provoca curtos-circuitos nem derivações para terra.
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Arco elétrico em paralelo
O arco elétrico surge entre a fase e o neutro de dois condutores diferentes. Este fenómeno costuma aparecer devido a danos no material isolante e, neste caso, o arco elétrico começa a 75 A, pelo que não representa um problema para as instalações residenciais.
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Arco elétrico de fase-terra
Este tipo de arco elétrico surge em paralelo entre fase e terra. Este fenómeno aparece a partir de 5 A, podendo trazer problemas a todo o tipo de instalações.
Como funciona um detetor de arco elétrico?
Ainda que o arco elétrico, enquanto fenómeno, seja relativamente fácil de localizar e definir, não tem uma única característica distintiva e a sua deteção é especialmente complexa.
Assim, um dispositivo de deteção de falhas de arco elétrico (também conhecido como Arc Fault Detection Device – AFDD, em inglês) analisa constantemente diferentes parâmetros elétricos, como a intensidade e a frequência do circuito.
O sinal característico do arco elétrico destaca-se por ter uma maior duração do que o arco transitório e por gerar perturbações de frequência tanto baixa, como alta.
É importante entender que o fenómeno do arco elétrico não pode ser detetado por disjuntores magnetotérmicos (que protegem de curtos-circuitos e sobretensões), nem por disjuntores diferenciais (que protegem contra descargas), sendo apenas identificável pelos dispositivos específicos para a deteção de falhas de arco.
Dispositivos de deteção de falhas de arco Acti9 iC40N e Acti9 iCV40N VigiArc
Para evitar o risco de incêndios elétricos nas instalações, a Schneider Electric acaba de lançar uma gama de deteção e proteção contra o defeito dos arcos elétricos.
Os dispositivos Acti9 iC40N ARC incluem, num único mecanismo de dois módulos, proteção combinada contra sobrecargas e curtos-circuitos, para além da proteção contra defeitos de arco.
Para uma proteção avançada completa, a gama Acti9 iCV40N VigiARC oferece, para além disso, proteção diferencial super imunizada F-SI, juntando num único dispositivo compacto as funções de uma bobina contra sobretensões, um disjuntor automático, um disjuntor diferencial super imunizado e proteção contra o defeito de arco elétrico.
Imagem 0.2 – Imagem do disjuntor Acti9 iCV40 VigiARC que combina proteção diferencial super imunizada, proteção contra sobretensões, proteção automática e proteção e deteção contra arco elétrico.
Ambas as gamas não apenas protegem a instalação contra os defeitos de rede mencionados, como também informam de forma intuitiva sobre os defeitos que causaram o disparo da proteção.
Através do VISI-TRIP – a tecnologia patenteada de sinalização da Schneider Electric que indica, através de um indicador mecânico vermelho, o motivo do disparo –, para além de um LED de diagnóstico, é possível averiguar o motivo do disparo à primeira vista.
Da mesma forma, ambas as proteções dispõem do indicador VISI-SAFE, que regista os contactos positivos e indica a abertura completa de todos os polos.
Através das proteções de arco elétrico da Schneider Electric, agora pode dispor de, e proporcionar aos seus clientes, um sistema de proteção elétrica avançado compacto e integrado. Não apenas melhora a segurança, como também é fácil de gerir, para evitar interrupções do abastecimento elétrico e o risco de incêndio das instalações elétricas, seja em casas, edifícios terciários ou ambientes industriais.
Se quer saber mais sobre o defeito do arco elétrico, a sua deteção e proteção, deixamos-lhe aqui um breve tutorial sobre o tema.
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