Você sabe o que faz com que um projeto arquitetônico seja considerado de alto padrão? O perfil do cliente é apenas um dos aspectos que determinam as características desse modelo. Com o objetivo de tirar toda as dúvidas de uma vez por todas, convidamos a arquiteta Raquel Cavalcante para contribuir com este artigo.
Vamos responder a uma série de perguntas comumente feitas por clientes e que também podem ser questionamentos de alguns profissionais. Acompanhe para se informar sobre o assunto!
O que pode ser definido como alto padrão?
Os projetos arquitetônicos de alto padrão se caracterizam pelo acabamento refinado, normalmente feito com materiais de alta qualidade, a exemplo do mármore, granito e madeiras nobres. Também é comum que apresentem uma decoração mais requintada e trabalhada com peças assinadas por designers.
Muitos empreendimentos contam, ainda, com soluções tecnológicas. Uma delas é a automação residencial, que, apesar de facilitar a rotina dos proprietários, tende a onerar bastante a obra. Em todo caso, é importante conversar com o cliente para entender em qual tipo de diferencial ele pretende investir.
Como esse tipo de projeto é desenvolvido?
O trabalho envolve desde a fase arquitetônica até o projeto de interiores. Ou seja, tudo é pensado previamente para que o cliente consiga acompanhar o desenvolvimento e visualizar os espaços prontos antes mesmo da execução.
A partir de representações gráficas, é possível ter noção de como ficarão os ambientes e seus detalhes: layout, materiais, cores, projeto de iluminação, disposição do mobiliário, entre outros aspectos. Considerando que tudo é pensado antes, a chance de harmonizar os elementos e obter bons resultados é maior.
Em uma sala de TV com muita madeira escura, por exemplo, podem ser previstos interruptores e tomadas na cor marrom ou preta. Por outro lado, se for um ambiente mais clean e com mármore branco, fica mais interessante usar interruptores brancos ou no tom prata.
De acordo com Raquel, um cliente de alto padrão não faz um projeto aleatório, pensando primeiro na casa para depois considerar a parte interna. Ele já pensa no conjunto, tudo global.
Qual é a diferença para os projetos comuns?
Um projeto arquitetônico comum costuma ter limite de orçamento. Logo, nem sempre permite cumprir as etapas à risca. Nesses casos, o cliente não contrata todas as fases e investe em apenas um ou dois ambientes completos, como o banheiro e a cozinha.
Em consequência disso, os demais espaços da residência ficam mais gerais e não contam com detalhes que poderiam valorizar a composição, a exemplo de pontos elétricos personalizados. Essa falta de exclusividade é a principal diferença entre imóveis comuns e modelos de alto padrão.
Raquel aponta a diminuição de contratempos e de modificações como grandes vantagens dos projetos de alto padrão: “a gente já sabe que em determinado lugar vai ter uma obra de arte, ou vai ter um quadro, uma peça que já tem uma iluminação pensada”.
Para ela, a liberdade de criar sem se preocupar tanto com a substituição de itens é resultado do perfil de quem busca algo diferente: “Em projetos comuns, a pessoa quer o que todo mundo tem. Já o cliente de alto padrão geralmente quer o que as pessoas não têm, ele quer realmente um projeto diferenciado, exclusivo”.
Quem investe em um projeto de alta qualidade quer um lugar bonito e personalizado, independentemente do custo. Ou seja, não importa o preço dos produtos se o resultado for muito bom. Ainda assim, cabe ao arquiteto o cuidado de buscar sempre elementos que ofereçam o melhor custo-benefício.
O que não pode faltar nesse tipo de projeto arquitetônico?
Itens funcionais e estratégias para conforto térmico e acústico são elementos básicos em um projeto de alto padrão. A preocupação com a sustentabilidade e estética também é considerada no desenvolvimento das obras. Saiba mais sobre esses importantes aspectos abaixo.
Funcionalidade
Um ambiente funcional é aquele que atende às necessidades do cliente. Entre as estratégias adotadas em projetos de alto padrão estão o dimensionamento adequado das áreas de circulação e a correta disposição dos móveis, além do cuidado com a acessibilidade em todos os ambientes.
Segundo Raquel, “a funcionalidade é diretamente ligada ao que o cliente precisa. O projeto é pensado desde o começo para a rotina da pessoa.” Logo, é importante adotar soluções que permitam sanar problemas e adaptar os espaços às atividades exercidas pelos futuros moradores.
Conforto e sustentabilidade
A questão do conforto normalmente é pensada na fase do projeto arquitetônico, quando uma ou mais estratégias são desenvolvidas de acordo com o clima do local. Desse modo, uma residência na região norte do país será trabalhada de maneira totalmente distinta de um edifício localizado no sul.
A arquiteta ressalta que as diferenças de temperatura também devem ser consideradas, criando estratégias de conforto que funcionem tanto no frio quanto no calor. Entre as soluções que costumam surgir em diferentes projetos, estão:
- piscina ou espelho d’água para resfriamento evaporativo;
- tinta térmica nas coberturas para refletir o calor;
- brises para proteção solar, que, inclusive, ajudam a controlar a entrada de luz e vento nos recintos.
O tema sustentabilidade está em voga há um bom tempo e, por isso, entra na lista de fatores pensados em empreendimentos de alto padrão. Há vários diferenciais atrelados a projetos com o intuito de garantir economia e o uso racional dos recursos:
- mecanismos para economizar água (torneiras modernas, caixas acopladas etc.);
- ventilação cruzada para diminuir o uso de ar-condicionado;
- sistema de captação de energia solar para reduzir o consumo de energia elétrica;
- sistema de cisterna para captar água da chuva.
Acabamento de qualidade
Raquel afirma que os materiais, produtos e revestimentos aplicados nas últimas fases do projeto são pensados nos mínimos detalhes para que conversem com a ambientação. “Por mais que você tenha usado um isolante térmico na parede, por exemplo, coisas que não aparecem, o que vai chamar mais atenção no final é o acabamento, é o resultado final da obra”.
Ao trabalhar um efeito de concreto na parede, por exemplo, o arquiteto tem a possibilidade de escolher interruptores que sigam a mesma tonalidade (cinza) da superfície. Se desejar criar um contraste, pode usar modelos espelhados ou com cores fortes. Essa personalização é o que permite criar espaços exclusivos e adequados ao perfil do cliente.
Qual é a importância dos fornecedores?
A gestão de fornecedores é fundamental para evitar imprevistos em obras e garantir o sucesso dos trabalhos. Nesse sentido, cabe ao arquiteto fazer pesquisas e analisar diferentes serviços antes de selecionar possíveis parceiros.
Um bom fornecedor, seja de produto, seja de mão de obra, é aquele que está presente no processo e contribui para a resolução de possíveis problemas. Além disso, deve trabalhar com produtos de qualidade e contar com estoque na fábrica a fim de garantir disponibilidade para a compra de novos itens.
Como foi possível perceber, o que realmente torna um projeto arquitetônico de alto padrão tão valorizado pelas pessoas é seu processo de desenvolvimento. Assim, a forma atenciosa com que os clientes são tratados deve ser uma prática adotada por todo profissional que investe nesse mercado.
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Conversa
Hilton Leite
5 anos ago
Bom dia gostei muito da matéria, parabéns vou focar mais nesse lado de trabalho.
Rayana
5 anos ago
Espetacular
Edmilson Gonçalves damasceno
5 anos ago
Não pôde faltar nada
Rosângela Paula Amaral Dos Santos.
5 anos ago
Gostaria de fazer o segundo andar em madeira .
Pereiratadeu
5 anos ago
Materia muito interessante realmente uma obra tocada por projetos bem elaborado e profissionais competente.
Falando em sustentabilidade e termino acústico de alta performance flexibilidade. Poderia ter falado sobre o sistema construtivo DRYWALL