Antes de contar a minha jornada na Schneider Electric, vou compartilhar com vocês as etapas que passei para que as portas se abrissem para mim. Sou engenheiro de controle e automação, skatista nas horas vagas, recém-formado na Universidade Federal de Itajubá – UNIFEI. Durante minha graduação, fiz parte de uma equipe de eficiência energética chamada EcoVeículo por quatro anos. Essa experiência permitiu que eu representasse minha universidade em duas competições no Brasil, sendo campeão e vice-campeão na categoria bateria elétrica, e também participei de uma competição nos Estados Unidos competindo com universidades de toda a América. Nesses quatro anos compreendi que bons resultados são fruto de um trabalho executado com um propósito.
No final do quarto ano da graduação, conheci mais a fundo a automação desenvolvendo quatro pequenos processos industriais com meus colegas. Eu mal sabia eu que o maior drama ainda estaria por vir: restava ainda o estágio obrigatório e o trabalho de conclusão de curso.
Conheci a Schneider Electric numa loja de materiais de construção e, coincidentemente, o programa de estágio tinha acabado de ser lançado. Me inscrevi, mandei meu currículo e uma entrevista com o RH foi agendada. Minha expectativa era alta. Estava muito empolgado em tentar entrar numa empresa reconhecida e iniciar minha carreira profissional com o pé direito.
Minha primeira entrevista foi junto com um outro candidato. Tive a infelicidade de perder a conexão com a internet durante a vídeo-entrevista e, sem esperança, recebi a ligação da representante do RH que estava interessada em continuar minha entrevista por telefone. Que surpresa boa!
Fiz uma outra entrevista, dessa vez em inglês, pelo telefone e posteriormente enviei um vídeo de dois minutos me apresentando. Felizmente fui selecionado para fazer a entrevista pessoalmente com os gestores da vaga. Mas como iria me diferenciar dos outros candidatos à vaga?
Me preparei pesquisando sobre os entrevistadores. Entendi suas funções na Schneider Electric, memorizei o rosto e nome de cada um e, por final, conheci o blog da empresa. Ele foi fundamental para que eu entrasse na Schneider Electric! Li um post sobre botões industriais que atraiu muito minha atenção e também despertou um enorme interesse nesse tipo de negócio, que até então era desconhecido por mim.
Após a entrevista com os gestores da vaga, saí da empresa completamente satisfeito com meu desempenho em toda jornada do processo seletivo. Se eu não fosse aprovado aqui, realmente a vaga não era pra mim.
Alguns dias depois, o RH entrou em contato comigo informando que eu havia sido selecionado para a vaga de marketing de produto! Foi uma mistura de alívio, felicidade e incerteza. Um novo desafio estava a caminho.
- O que é esse tal de marketing de produto?
- É relacionado à propaganda?
- Mas eu fiz engenharia, o que isso tem a ver comigo?”
As dúvidas começaram a surgir, paralelamente veio a preocupação em encontrar uma casa em São Paulo, a incerteza sobre o caminho que eu estava prestes a iniciar, mas, acima de tudo, eu estava disposto a entrar de cabeça e dar meu máximo nessa oportunidade. Era impossível não ter match com uma empresa que alinha dois propósitos que desenvolvi durante a minha graduação: automação e eficiência energética.
André Duarte, meu gestor naquele momento, desde o começo foi muito próximo e contribuiu para que eu conseguisse dar meus primeiros passos na companhia. Participei de treinamentos, criei bons relacionamentos, tive a oportunidade de visitar clientes de todos tipos de mercado, conhecer aplicações industriais, ministrar treinamentos em distribuidores, capacitar a força de vendas, apresentar webinários, escrever artigos para o blog, conhecer o centro de distribuição em Cajamar e a fábrica em Guararema, participar de palestras no Cubo do Itaú… Enfim, há um grande leque de oportunidades!
Meu primeiro e maior desafio começou no quinto mês de estágio: meu gestor propôs que eu lançasse e gerenciasse a linha de relés industriais com comunicação NFC durante o ano de 2019. Essa é uma oferta desconhecida e difícil de ser trabalhada no Brasil devido ao posicionamento de preço superior ao dos demais relés, mas que desenvolveria minha habilidade em gerar valor para o cliente e oferecer benefício atrelado à facilidade de utilização. Minha rotina, a partir daquele momento, seria mudada.
Precisei me aproximar da força de vendas, conversar com os usuários finais, criar documentos traduzidos e apresentações da oferta, entender as dificuldades e pontos fracos do mercado para conseguir desenvolver mais oportunidades de negócio, gerenciar estoque, estabelecer o posicionamento de preço e muitas outras tarefas! Além disso, todas dificuldades que enfrentava, eu tinha total suporte da equipe global para me auxiliar nas atividades executadas no Brasil. Ou seja, expandi meu networking e comecei a aplicar o inglês diariamente na minha rotina.
No final de 2019, o volume de vendas no Brasil dos relés com comunicação NFC representou 33% do volume de vendas global, me trazendo uma visibilidade enorme na linha de negócio que participei! Fui convidado a apresentar para todos gerentes de produto dos outros países as ‘best practices’ aplicadas no desenvolvimento da oferta NFC no Brasil. A maior realização conquistada por mim!
Essa experiência permitiu que eu pudesse entender, na prática, o conceito de marketing de produto. Esse foi um assunto que eu quis ir adiante e que se transformou no meu trabalho de conclusão de curso. Pude aproveitar o trabalho desenvolvido durante o estágio para apresentar ao meu orientador a parte estratégica da engenharia: Segmentação e estudo de mercado, geração de valor ao consumidor, criação de um plano de negócio e análise de retorno do investimento.
Paralelamente, participei de um grupo de cinco estagiários que desenvolveu um estudo de otimização de embalagens utilizadas pela logística na entrega dos produtos Schneider. Para uma determinada amostragem, identifiquei que poderíamos melhorar em 87% a eficiência reduzindo o ar transportado nas caixas. Este estudo foi apresentado para um grupo de executivos da empresa.
Para não dizer que minhas realizações foram apenas profissionais, na empresa eu também pude ter realizações pessoais! Juntamente com meu amigo Murilo Buscariolo, gravamos um vídeo desafiando nosso country president Marcos Matias. Queríamos trazer uma intervenção artística à empresa e o próprio presidente nos respondeu através de um vídeo aprovando nossa ideia. Realizamos uma pintura na parede de entrada da empresa e teve a maior repercussão! Durou um dia inteiro e tivemos a participação de diretores, gerentes, estagiários, assistentes… O único pré-requisito para participar da intervenção era a vontade de se divertir e deixar uma marca na empresa!
No fim do meu contrato de estágio me apliquei internamente para uma vaga no setor de serviços da Schneider. Fui aprovado e agora minha principal função é apoiar o desenvolvimento de uma nova política comercial para o canal de vendas de serviços, que envolve todas as outras unidades de negócio da empresa. Ou seja, um desafio enorme e com grande potencial de crescimento e aprendizado! Posso dizer, com toda certeza, que minha batalha durante os 16 meses de estágio provou que um dia chega a recompensa de todo esforço e que portas se abrem quando você tem um bom relacionamento. A primeira de muitas etapas foi concluída e hoje posso dizer que sou um case de sucesso na empresa: o ex-tagiário que foi efetivado!
Conversa
Olavo Renó Campos Filho
5 anos ago
“O segredo do sucesso é fazer coisas comuns de maneira incomumente bem.”
John D. Rockefeller
Fundador da Standard Oil Company.