“Tenho orgulho em dizer que faço parte de uma das empresas mais sustentáveis do mundo”

Ela é Marta Sánchez, que há mais de 3 anos lidera a estratégia de Comunicação da Schneider Electric na América Latina. Uma mulher com extensa experiência na área tecnológica que testemunhou a forma como o sexo feminino ganhou espaços mais relevantes em uma indústria geralmente dominada por homens. Contudo, a executiva concorda que, embora seja uma conquista, ainda existe muito caminho a ser percorrido para alcançar uma maior igualdade no âmbito profissional.

Hoje, Marta reconhece o trabalho que a Schneider Electric está fazendo para desenvolver uma sociedade e uma indústria mais sustentável e igualitária. Para ela, é uma tarefa gratificante, na medida em que é a herança que ficará para as próximas gerações. Um legado no qual a convergência dos elementos, como o talento humano e a digitalização, convertem-se na fórmula que garante a sustentabilidade.

Neste espaço, ela nos conta sua experiência profissional em uma das organizações mais sustentáveis do mundo, seu aprendizado e vivências. Ao mesmo tempo, faz uma grande reflexão e convida mais mulheres a se aprofundarem no apaixonante mundo da tecnologia.

1.Como você analisa a realidade da mulher na indústria tecnológica?

Nós mulheres percorremos um longo caminho. Hoje, os indicadores de participação feminina aumentam em importância e em capacidade de assumir novos e grandes desafios. Segundo o estudo “Women in Tech 2022′, realizado por BairesDev”, o crescimento de indicações de mulheres a cargos no setor cresceu entre 12% e 51% até o ano de 2021. Da parte da Unesco, confirma-se que a participação de mulheres chegou a 30%, um pouco mais que o dobro do que se registrou em 2016.

As organizações começaram a abrir mais espaços inclusivos nos quais as mulheres podem explorar seus potenciais. Hoje em dia, já não existem mais carreiras ou trabalhos nos quais exista uma distinção destacada pelo gênero, e um exemplo claro é o mercado tecnológico. Podemos inspirar mais mulheres a dar o primeiro passo, a conhecer mais a indústria e a colocar em prática todos os conhecimentos adquiridos durante nossa formação e experiência profissional, assim como eu fiz durante mais de 20 anos, o que ajudará a alcançar uma transformação social.

2. Quais aspectos você acredita serem essenciais para fomentar nas mulheres o interesse por matemática, ciências e tecnologia?

São vários os elementos a serem considerados. A partir da fase escolar é importante incentivar as meninas a usarem novas tecnologias, a conhecerem as indústrias novas e compreender a importância das TICs (Tecnologias da Informação e da Comunicação) na vida cotidiana. É necessário derrubar os mitos de que são profissões para homens, ou que as mulheres perdem a feminilidade quando se dedicam a elas.

Para conseguir, é essencial apresentar casos como o das mulheres na Schneider Electric que traçaram uma carreira profissional ampla e bem-sucedida. Assim também, é importante que as escolas incluam em seus programas aulas que permitam desenvolver habilidades em áreas como matemática, ciências, codificação e tecnologia. São cenários propícios para colocar à prova seus conhecimentos e gostos e criar laboratórios de inovação para incentivar os talentos identificados. Com isso, pode-se estabelecer seminários de prática que permitam que as universidades captem os melhores talentos e os cultivem para um futuro profissional em prol do país.

Por exemplo, na Schneider Electric, desenvolveu-se o programa Go Green. Um concurso global onde os jovens universitários podem postular suas Bold Ideas enfocadas em soluções tecnológicas que ajudem a ter um impacto sustentável no planeta. Há 2 anos, uma dupla colombiana que apresentou uma proposta para permitir que fazendas de pesca na comunidade Bojayá sejam muito mais sustentáveis e equilibradas para proteger o planeta foi a vencedora.

3. Qual a contribuição da indústria para a consolidação de um ambiente mais igualitário?

A contribuição da indústria nasce na conquista de espaços mais igualitários. Ainda mais quando o Relatório de Diferença de Gêneros do Fórum Mundial Econômico (WEF) 2020 confirmou que na América Latina e Caribe levará cerca de 59 anos para alcançar a igualdade de gênero. Diante disso, empresas, multinacionais e países consolidaram estratégias internas para implementar a igualdade de gênero, independentemente do setor ou profissão.

Na Schneider Electric, trabalhamos a partir dos Comitês de Diversidade, Equidade e Inclusão para aumentar a participação e igualdade das mulheres em diferentes funções. Com isso, garantimos que todos os membros da organização tenham um ambiente igualitário e adequado para se desenvolver em todas as frentes: pessoal, profissional e emocionalmente.

Nossa organização estabeleceu uma meta para 2025: que as mulheres sejam consideradas para 50% de todas as novas contratações, bem como que 40% façam parte da equipe de gerenciamento de primeira linha. Também foi projetado que 30% dos cargos de alta gerência serão chefiados por mulheres.

Hoje, na América do Sul, 34% da força de trabalho é composta por mulheres. Da mesma forma, nossa equipe de vendas é composta por 29% de mulheres, garantindo um ambiente de trabalho igualitário e equilibrado.

4. Você poderia comentar um pouco de sua trajetória na Schneider Electric para nós?

Tem sido emocionante pertencer e contribuir para uma empresa como a Schneider Electric, onde combinamos tecnologias para que o planeta caminhe e consiga chegar a ambientes de eficiência e sustentabilidade. Tenho muito orgulho do mundo que nossa organização está construindo para as futuras gerações.

Hoje, mais do que nunca, sinto meu coração totalmente verde. Com o compromisso de ser uma mulher líder em tecnologia e de mudar o conceito de liderança competitiva para liderança colaborativa e seguir abrindo caminho para mulheres.

5. Como foi sua experiência na organização e quais projetos conseguiu desenvolver neste período?

A Schneider é uma companhia aberta para escutar e implementar ideias inovadoras e disruptivas. Que igualmente empodera seus colaboradores e que nos permite aprender todos os dias e abraçar as diferenças.

Meu início na Schneider foi bastante particular. 3 meses depois de ingressar na empresa, deparei-me com a pandemia, situação que nos desafiou a mudar e a nos adaptar à nova normalidade. Acelerar a transformação digital se tornou nosso objetivo principal. Partindo deste ponto, iniciamos toda esta transformação que sempre esteve de mãos dadas com nossos clientes, sem deixar de lado nosso principal ativo, que é o capital humano.

6. O que mais faz você gostar em trabalhar na Schneider Electric?

A Schneider Electric é uma companhia com um propósito. Há 5 anos, ela se reinventou em um momento em que poucas organizações estavam focadas em temas como mudança climática e descarbonização das operações. Hoje, tenho orgulho de dizer que faço parte de uma das empresas mais sustentáveis do mundo e que está na lista há 12 anos consecutivos. Obter esse tipo de reconhecimento vai muito além. É nossa razão de ser e missão ajudar nossos clientes, fornecedores e canais em seus caminhos rumo à sustentabilidade por meio de tecnologias amigáveis ao planeta.

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