Tendências de sustentabilidade para 2022

O ano de 2021 foi, em todos os aspectos, revolucionário para a sustentabilidade e a ação climática e,  com base em insights de nossos especialistas sobre tendências, 2022 promete reservar muito para o progresso corporativo em sustentabilidade.

Números recordes de empresas estabeleceram metas de descarbonização e mais de 2.200 organizações passaram a agir por meio da Iniciativa do Science Based Targets (SBTi). Em novembro, a COP26 reuniu líderes globais e formuladores de políticas para assumir grandes compromissos e solidificar o papel da comunidade empresarial na condução da transformação do net-zero e no alcance do limiar de aquecimento de 1,5 graus Celsius. Por fim, as empresas que representam uma seção transversal diversificada de geografias, setores e perfis de emissões avaliaram a mais nova orientação do SBTi para estabelecer metas baseadas na ciência, catalisando esforços de curto e longo prazo para atingir emissões líquidas zero até 2050.

Embora haja muito o que comemorar nos últimos 12 meses, 2021 também serviu como um lembrete de que o trabalho está longe de ser concluído. O clima extremo devastou comunidades em todo o mundo e os cientistas ditaram em termos inequívocos que estes são exacerbados pelas mudanças climáticas no sexto  Relatório de Avaliação do IPCC sobre mudanças climáticas.

Eventos como os poderosos furacões no Atlântico dos EUA, inundações mortais na Alemanha, China e Índia, seca prolongada no Brasil e no sudoeste americano, ondas de calor sem precedentes no noroeste do Pacífico e no Canadá e incêndios florestais extraordinários na Sibéria – só para citar alguns – mostraram-nos que não há tempo a perder para travar as alterações climáticas. O ano de 2021 foi um dos mais quentes já registrados e prevê-se que a frequência e a gravidade desses eventos se intensifiquem com a progressão das mudanças climáticas. A imprevisibilidade do clima extremo em todo o mundo está afetando a vida humana e a viabilidade dos negócios, mas ainda é possível mitigar o pior das mudanças climáticas limitando o aumento da temperatura a 1,5°C até 2050.

Continuamos otimistas de que o próximo ano continuará, ou mesmo acelerará, o impulso da ação climática corporativa necessária para atingir essa meta. Para preparar sua organização para aproveitar a onda de sustentabilidade de 2022, os especialistas globais em energia e sustentabilidade da Schneider Electric mantiveram seus olhos e ouvidos abertos e, com base nisso, listamos as 10 principais tendências de sustentabilidade que os profissionais do setor devem ter em mente ao criar suas estratégias.

1- Abordando o Escopo 3 por meio da colaboração de supply chain

As emissões do Escopo 3 são a maior categoria de emissões para a maioria das empresas. Essas emissões indiretas, que ocorrem por causa da cadeia de valor upstream e downstream de uma empresa, vêm de atividades como o fornecimento e produção de matérias-primas e o transporte e distribuição de mercadorias.

As emissões do Escopo 3 são notoriamente difíceis de abordar. No entanto, uma das maneiras mais impactantes de uma empresa tomar uma ação é engajar seus fornecedores na descarbonização. Os investidores estão cada vez mais interessados ​​na resiliência e na pegada de carbono da cadeia de suprimentos de uma empresa. Trazer fornecedores na jornada de descarbonização, incentivando a adoção de eletricidade renovável, pode ser um meio de progredir na resiliência e na descarbonização da cadeia de suprimentos.Programas como a iniciativa da cadeia de supply chain da indústria farmacêutica Energize e o  Projeto Gigaton do Walmart visam educar os fornecedores sobre os benefícios da adoção de energia renovável e criar economias de escala para a compra de energia limpa.

Os benefícios para fornecedores e patrocinadores são mutualistas:
– Obtenção de informações claras pelos fornecedores sobre energia renovável e sustentabilidade sem nenhum custo, removendo barreiras a recursos e conhecimento que, de outra forma, seriam de difícil acesso para organizações menores;
– Aumento do poder de compra de energia renovável para empresas com emissões baixas ou moderadas;
– Aceleração da conscientização organizacional sobre temas de sustentabilidade e energia renovável para apoiar a ação das partes interessadas.
Em última análise, as empresas que envolvem suas cadeias de suprimentos em energias renováveis ​​recebem o duplo benefício de reduzir suas próprias emissões de Escopo 3 e ganhar confiança de que os fornecedores estão implementando medidas para garantir operações resilientes, resultando em melhores parcerias comerciais de longo prazo. Esperamos ver mais programas colaborativos de descarbonização da cadeia de suprimentos surgindo em 2022, à medida que organizações em uma ampla gama de setores – de varejo e mercearia a alimentos e bebidas, aeroespacial e defesa – começam a enfrentar o desafio do Escopo 3.

Contribuição de: Andrew Reetz, gerente do Programa de Iniciativa de Renováveis ​​da Cadeia de Suprimentos, CO (EUA)

2 – Clareza do compromisso net-zero

A necessidade de atingir emissões net-zero globais até 2050 foi esclarecida pela ciência do clima, mas o significado exato de um compromisso net-zero ainda não está claro. Que escopos de emissão uma meta de net-zero deve cobrir? Qual é o nível apropriado de reduções absolutas de emissões antes que uma organização use mecanismos de neutralização como compensações de carbono? E com que rapidez deve ocorrer a descarbonização?

Compromissos de emissões net-zero são muitas vezes confundidos com os de neutralidade de carbono. A falta de consenso sobre como definir net-zero tornou difícil compará-los, alimentando confusão e acusações de greenwashing. No entanto, com o lançamento do Padrão Net-Zero Corporativo oficial do SBTi, essas e muitas outras questões foram esclarecidas, proporcionando às organizações um conjunto robusto de critérios a serem seguidos.

A partir de janeiro de 2022, o SBTi começará a validar compromissos net-zero, anunciando uma nova era de ação climática corporativa e elevando o nível de ambição necessário para liderar no espaço de sustentabilidade corporativa. Já existem sete empresas que estabeleceram suas metas de net-zero sob a nova orientação, e mais de 700 se comprometeram a estabelece-las nos próximos dois anos.

O SBTi Corporate Net-Zero Standard traz estrutura e consistência às metas de emissões net-zero, tanto para empresas que já declararam sua ambição net-zero quanto para aquelas que pretendem fazê-la no futuro. Mas mesmo assim, ainda há muitas perguntas sem resposta. Em 2022, esperamos ver mais desenvolvimento deste padrão, com ferramentas adicionais de definição de metas, mais orientações sobre a definição do Escopo 3 para uma cadeia de valor net-zero, várias estruturas específicas do setor, recomendações sobre relatórios e implementação de inserção de carbono, indicação detalhada sobre qualidade e contabilidade de compensações e muito mais.

Saiba mais sobre os elementos importantes do Padrão Net-Zero do SBTi e o que mudou para as empresas em nosso blog.

Contribuição de: Elena Cernov, consultora de Sustentabilidade, Budapeste (HUN)

3 – A necessidade de relatórios ESG padronizados

À medida que os investidores e outras partes interessadas ficam mais informados sobre os impactos ESG e como eles estão sendo abordados, vemos uma onda de “fadiga de pesquisa” varrer nossos clientes. Empresas de todo o mundo estão tentando ser mais transparentes sobre seus riscos e oportunidades ESG relatando seu progresso, mas os padrões concorrentes para divulgação de dados ESG podem ser confusos e demorados. Com padrões e esquemas globais, como SASB, CDP, e GRI, a frameworks como IIRC e TCFD; padrões específicos do setor, como GRESB e SFDR; e vários esquemas regionais, a “sopa de siglas” dos relatórios ESG pode ser esmagadora. Quando as empresas decidem voluntariamente quais padrões ou estruturas reportar, a capacidade do investidor de avaliar e comparar o desempenho ESG entre plataformas fica restrita. Desenvolvimentos regulatórios, como a proposta da UE para uma Diretiva de Relatórios de Sustentabilidade Corporativa (CSRD), ou as regras obrigatórias do Japão e do Reino Unido para a implementação do TCFD impuseram complexidade adicional.

A solução para esse problema parece simples, em teoria: um mecanismo universal de relatórios ESG ao qual cada avaliador, classificador e estrutura se conecta para acessar os dados corporativos relevantes. No entanto, na prática, é muito mais complicado. Há um debate sobre se uma solução universal de relatórios é prática ou viável, se os relatórios ESG devem ser obrigatórios e, em caso afirmativo, como devem ser implementados.

O International Sustainability Standards Board (ISSB), lançado na COP26, visa aproximar o mundo deste padrão de divulgação universal. O ISSB foi criado para ajudar os investidores a encontrar dados ESG de empresas de qualidade, transparentes, confiáveis ​​e comparáveis ​​em um só lugar, mesclando vários padrões ESG em uma linha de base global. No segundo semestre de 2022, espera-se que o ISSB forneça um conjunto abrangente de protocolos globais de relatórios de sustentabilidade. Dado o ritmo em que as regulamentações estão se desdobrando e o escopo de sua influência, o setor privado provavelmente será impactado – exatamente como continua a ser visto. O que sabemos hoje é que qualquer esquema de relatório obrigatório provavelmente se alinhará com os padrões ou estruturas globais dominantes em vigor hoje, particularmente aqueles que enfatizam a comunicação de informações de sustentabilidade financeiramente relevantes, que são SASB e TCFD.

Contribuição de: Kristi Plume, consultora sênior de Sustentabilidade, CA (EUA)

4 – Coleta e gerenciamento proposital e digital de dados ESG

O aumento na demanda por relatórios não financeiros gera uma montanha de dados ESG que as empresas precisam coletar e gerenciar. Considerando o tempo e o investimento necessários para isso, muitas empresas se perguntam: vale a pena?

Você já deve ter ouvido o ditado “você não pode gerenciar o que não mede”. No entanto, com a proliferação de dados de energia e sustentabilidade, hoje é igualmente importante considerar o inverso: você não deve medir o que não planeja – ou não precisa – gerenciar. Nem todos os dados ESG serão igualmente importantes para todas as empresas; o que é mais importante para o negócio deve direcionar quais dados são identificados e gerenciados. A coleta de dados ESG apenas por ter dados não levará, por si só, a um retorno do investimento. Se você não pretende usar os dados para orientar a tomada de decisões, pode não valer a pena medir.

Tão importante quanto definir quais dados medir é ter uma estratégia confiável e eficiente de como coletá-los e gerenciá-los. Os insights que as empresas precisam para as divulgações de hoje exigem soluções digitais robustas alimentadas por tecnologia de última geração. Ferramentas de gerenciamento de dados digitalizadas e centralizadas, combinadas com a experiência humana, aceleram a tomada de decisões e geram resultados. Mesmo para empresas que migraram para um sistema de gerenciamento de dados mais digitalizado, adicionar inteligência artificial e outros aprimoramentos aos sistemas de gerenciamento de dados em 2022 oferecerá uma infinidade de benefícios, incluindo:

  • Automação de processos robóticos para coleta de dados mais eficiente;
  • Machine Learning para análise preditiva;
  • Aprendizado por reforço para otimização de processos;
  • Coleta e armazenamento centralizados trabalhando com seu sistema existente.

Entre outras aplicações, essas poderosas ferramentas digitais podem melhorar a qualidade, confiabilidade e transparência dos dados ESG, permitindo que sua equipe trabalhe mais e de forma mais inteligente.

Contribuição de: Christopher White, arquiteto de soluções de Software, Reino Unido

5 – Instituições financeiras alimentando a corrida para o net-zero

Ano após ano, o investimento em projetos e tecnologias de baixo carbono bate recordes. À medida que corporações e instituições financeiras estão sob crescente pressão para melhorar seu desempenho em questões ESG e cumprir as metas de redução de emissões, mais e mais fundos estão investindo em soluções para a crise climática. De acordo com uma pesquisa da Climate Bonds Initiative, os investidores esperam que o investimento global em títulos verdes dobre até o final de 2022, atingindo US$ 1 trilhão pela primeira vez em um único ano.

As instituições financeiras estão desempenhando um papel primordial na condução da transformação net-zero. As negociações climáticas na COP26 em Glasgow trouxeram as finanças sustentáveis ​​para os holofotes com uma coalizão de empresas financeiras no valor de US$ 130 trilhões prometendo acelerar a mitigação das mudanças climáticas sob a Glasgow Financial Alliance for Net Zero (GFANZ). O SBTi também lançou uma estrutura para instituições financeiras com a primeira orientação personalizada para o setor de private equity para apoiar a definição de metas e estratégias potenciais de descarbonização.

Os principais investidores do mundo estão tomando nota. Em janeiro de 2021, a Blackstone anunciou um programa destinado a reduzir as emissões de Escopo 1 e Escopo 2 dos investimentos em seu grande portfólio global, que representa US$ 731 bilhões em ativos sob gestão. Em outubro de 2021, a EQT se tornou a primeira empresa de mercados privados a alcançar com sucesso a validação de metas com base científica, com o objetivo de definir SBTs para 100% de seu portfólio até 2030, além de suas próprias metas operacionais de redução de emissões. Esses indicadores no final de 2021 significam que 2022 certamente será um grande ano para finanças e ação climática.

Contribuição de: Irina Gilfanova, arquiteta de soluções de Sustentabilidade, Budapeste (HUN)

6 – Volatilidade dos mercados de commodities ambientais

Em 2021, o mercado de commodities ambientais, incluindo certificados de atributos de energia (EACs) e compensações de carbono, experimentou extrema volatilidade e aumento de preços em todo o mundo. Um equilíbrio tênue de oferta e demanda surgiu com esses produtos por várias razões, incluindo:

  • Alta demanda por soluções de redução de emissões à medida que as empresas se esforçam para atingir as metas de redução de carbono;
  • Problemas na cadeia de suprimentos que atrasam o desenvolvimento de muitos projetos que produzem EACs e compensações;
  • Muitos novos projetos geradores de EAC construídos com base em PPAs corporativos sem fornecimento de EAC ao mercado aberto e desagregado, pois as empresas os retêm para atingir seus próprios objetivos;
  • Problemas relacionados ao COVID, como a incapacidade dos auditores de acessar os locais dos projetos para verificar as reduções de emissões de projetos de carbono.

Esses produtos que antes eram uma maneira prontamente acessível e econômica para as empresas cumprirem suas metas de energia renovável e redução de emissões tornaram-se cada vez mais difíceis e caros de obter.

Se as tendências de alta dos preços continuarem até 2022, o que esperamos que aconteça, as empresas que apostam no uso de EACs ou compensações para atingir suas metas de curto prazo podem se ver fora do mercado ou precisar reavaliar seu orçamento. Para algumas delas, 2022 pode ser o ano para avaliar alternativas aos EACs, como a aquisição de energia renovável externa por meio de um contrato de compra de energia (PPA) ou o investimento em instalações solares no local.

Contribuição de: James Lewis, diretor de Renováveis ​​Globais e Tecnologia Limpa, Colorado (EUA)

7 – Formalização das metas de biodiversidade e ‘soluções baseadas na natureza’

A redução das emissões de eletricidade está frequentemente no centro dos planos de mudança climática, mas não é a única consideração ambiental importante. A biodiversidade é um tema que está na periferia das agendas de sustentabilidade corporativa há algum tempo, mas vem ganhando destaque. Em 2021, o Relatório de Riscos Globais do Fórum Econômico Mundial mais uma vez classificou as consequências irreversíveis da perda de biodiversidade em suas cinco principais ameaças globais. Além da trágica perda de espécies e áreas e sistemas naturais, a destruição do capital natural causará graves danos econômicos.

Como resultado, as corporações estão tomando medidas crescentes para reverter a perda da natureza. Na COP26, mais de 100 líderes mundiais aderiram ao compromisso de deter o desmatamento – um fator importante que contribui para o aumento das emissões globais e perda de biodiversidade – até 2030. Empresas líderes, como a Schneider Electric, começaram a explorar sua pegada de biodiversidade, para entender o impacto e estabelecer metas.

A Science Based Targets Network (uma coalizão de muitas das mesmas organizações por trás do SBTi) foi formada para desenvolver métodos e recursos para as empresas usarem para estabelecer metas científicas para a natureza, juntamente com suas metas de redução de emissões. Definir essas metas em conjunto garante que as soluções baseadas na natureza para a mitigação das mudanças climáticas resultarão não apenas no sequestro de carbono, mas também na perda da natureza. Finalmente, este ano, o CDP adicionará uma nova seção de perguntas sobre “biodiversidade” ao seu questionário anual sobre Mudanças Climáticas. Prevemos que veremos mais pressão para as empresas agirem e divulgarem seus riscos relacionados à natureza e ao clima em 2022 do que nunca.

Contribuição de: Rebeca C. Mendoza, consultora de Sustentabilidade, Budapeste (HUN)

8 – Redesenhar economias para serem mais circulares

A economia de hoje é apenas 8% circular e, infelizmente, conforme observado no Relatório de Lacunas de Circularidade de 2021, a tendência ainda está indo na direção errada. Isso ocorre apesar das inúmeras ameaças conhecidas de práticas comerciais lineares, incluindo maior volatilidade dos preços dos recursos, ineficiências da cadeia de suprimentos, preferências do consumidor mudando para soluções sustentáveis, oportunidades perdidas de modelos de negócios disruptivos e exposição a penalidades e ações legais à medida que surgem regulamentações ambientais mais rígidas.

Na UE, como é evidente no Plano de Ação para a Economia Circular, estão a surgir iniciativas regulamentares que visam promover práticas empresariais circulares. Isso inclui a Iniciativa de Produtos Sustentáveis, Taxonomia da UE para Atividades Sustentáveis, Regulamento de Produtos de Construção, Diretiva de Embalagens e Resíduos e uma revisão da Diretiva de Venda de Bens para prolongar a vida útil dos bens e promover o reparo em vez da substituição.

A mentalidade de economia linear não apenas prejudica a produtividade dos negócios, mas também impede o progresso em direção a um futuro de baixo carbono. O papel do uso de materiais e resíduos não pode ser negligenciado se quisermos atingir a meta do Acordo de Paris de limitar o aumento da temperatura a 1,5 graus Celsius. O manuseio e uso de materiais em toda a cadeia de suprimentos é responsável por 70% dos gases de efeito estufa emitidos. É fundamental que as empresas comecem a olhar além da energia e comecem a incorporar estratégias de economia circular nos compromissos climáticos corporativos.

Contribuição de: Gaurav Sharma, líder em Práticas de Circulatidade, Paris (FR)

9 – Emparelhando a mitigação com a adaptação

Antigamente, eram raras as organizações que consideravam a adaptação às mudanças climáticas, devido à ênfase na ação climática corporativa para resolver o problema por meio de uma abordagem somente de mitigação. No entanto, a adaptação está começando a ocupar um lugar próximo à mitigação das mudanças climáticas nas estratégias corporativas. À medida que o tamanho e o valor dos riscos relacionados ao clima aumentam, as estratégias para transformar os negócios estão entrando na conversa. Por exemplo, de acordo com a pesquisa do Conselho de Sustentabilidade Financeira, as perdas econômicas resultantes de catástrofes relacionadas ao clima extremo aumentaram 60% em apenas uma década. Como as mudanças climáticas são um multiplicador de ameaças conhecido por aumentar a gravidade e a frequência desses eventos, as empresas não podem ficar ociosas se quiserem manter sua licença para operar no longo prazo, pois esses impactos se intensificam.

Embora a mitigação ainda seja uma prioridade, adaptação, construção de resiliência e transformação do modelo de negócios são essenciais para as empresas começarem a explorar e investir em uma abordagem climática que efetivamente incorpora uma combinação de descarbonização e adaptação na estratégia de negócios.

Saiba mais sobre os serviços proativos de avaliação de risco climático da Schneider Electric aqui.

Contribuição de: Lindsey Edelman, consultora de Sustentabilidade, Texas (EUA)


10 – O papel crescente das regulamentações no mundo

A ação climática corporativa tem sido amplamente voluntária, motivada por fatores como o Acordo de Paris e a adoção da estrutura da Força-Tarefa sobre Divulgações Financeiras Relacionadas ao Clima (TCFD). No entanto, desenvolvimentos recentes sinalizam um movimento em direção a uma maior supervisão governamental e legislação de sustentabilidade no setor privado.

Sem surpresa, a UE tem sido líder nesta tendência. Por exemplo, com a recente institucionalização da Green Taxonomy, a UE está criando um sistema de classificação para estabelecer uma definição comum de quais atividades econômicas serão consideradas ambientalmente sustentáveis. A Europa também abriu caminho com seu Regulamento de Divulgação de Finanças Sustentáveis ​​(SFDR), Diretiva de Relatórios de Sustentabilidade Corporativa (CSRD) e Padrões Europeus de Relatórios de Sustentabilidade (ESRS), entre mais de 20 outras propostas de nova legislação que farão da Europa o primeiro continente neutro.

Em outras regiões, as divulgações relacionadas ao clima ainda não foram obrigatórias, mas a conversa está mudando. O Reino Unido e o Japão planejam exigir relatórios TCFD para grandes empresas a partir de abril de 2022. E nos EUA, há sinais locais e federais de que o papel da regulamentação crescerá. Por exemplo, em 2020, a cidade de Ithaca, em Nova York, adotou uma resolução do Green New Deal para fazer a transição para uma cidade neutra em carbono até 2030 e, em 2021, tornou-se a primeira cidade dos EUA a começar a trabalhar em um plano de descarbonização de 100% para sua edifícios. O governo Biden também está fazendo movimentos para uma supervisão legislativa mais forte sobre sustentabilidade no nível federal. A lei de infraestrutura dos EUA, recentemente aprovada, por exemplo, inclui disposições para preparar os EUA para as mudanças climáticas.

Será importante acompanhar como grandes emissores, como China, Índia e EUA, cumprem seus compromissos e como pesos pesados ​​globais, como Rússia ou Brasil, participam. A China se comprometeu a se tornar neutra em carbono até 2060 com pico de emissões em 2030. Em 2022, pretende lançar 30 documentos específicos de cada setor e província para orientar indústrias, como siderurgia, cimento e transporte.

Contribuição de: Jan Rosetzky, consultor sênior de Meio Ambiente, Social e Governança (ESG), Hoofddorp (NLD).

 

 

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