Um sertão como o noticiário não está acostumado a mostrar: verde, vivo, urbano e conectado, com uma terra produtiva e uma população batalhadora e engajada no desenvolvimento sustentável da região. Em uma semana na Bacia do Jacuípe, na Bahia, conheci 7 cidades, fui para a roça, visitei áreas secas (que são poucas, para a minha surpresa!) e vi a riqueza da fauna e da flora da caatinga, como ela realmente é.
A Bacia do Jacuípe é formada por 16 municípios de variados portes que, juntos, reúnem uma população de cerca de 250 mil pessoas. A renda da região vem, majoritariamente, da produção dos pequenos agricultores, que investem em gado, leite, carne, polpas, frutas e hortaliças.
A vida no semiárido brasileiro não é fácil – como também não é em qualquer grande cidade do Brasil – mas o que mais me impressionou foi a resiliência, o bom humor, o engajamento em questões comunitárias e, principalmente, a visão empreendedora da população. Afinal, o pequeno agricultor é um empreendedor. Um microempresário que precisa constantemente aumentar a sua produtividade, buscar alternativas e tecnologias inovadoras para driblar a seca, diversificar a oferta de produtos, investir em maquinário e pensar em estratégias de marketing para aumentar a venda.
E foi justamente com o propósito de fortalecer os agricultores e as cadeias agro-extativistas locais que a Schneider levou o seu Programa de Acesso à Energia para a Bacia do Jacuípe. De 4 de abril à 11 de junho, foram mais de 300 horas de formação humana – aulas sobre gênero, política, cooperativismo, entre outros – e capacitação técnica em Eletricidade Básica, Sistemas Fotovoltaicos e Empreendedorismo para 36 moradores da região (a maioria mulheres!), além da implantação do projeto-piloto do Água do Sol, nosso sistema de bombeamento de água movido à energia solar. A tecnologia vai ajudar agricultores locais a lidar com um dos seus maiores desafios: o acesso à água para irrigação.
Um grupo formado pelos alunos do curso será responsável pela instalação, manutenção e acompanhamento do Água do Sol em uma propriedade agrícola em Pintadas, município que faz parte da Bacia do Jacuípe e que sediou o projeto. Osmário Juvêncio dos Santos, o agricultor escolhido, cria gado, planta feijão e milho e vive da renda gerada pela venda desses itens e da carne e leite. Hoje, ele capta água usada para irrigação com a ajuda de um motor movido à diesel. Com o Água do Sol, além de reduzir a poluição atmosférica e o custo com o diesel, a expectativa é que Osmário dobre sua produção de leite e passe a usar um hectare a mais de terra, que antes era improdutiva.
Depois de uma semana no sertão, posso dizer com toda certeza: essa é uma terra muito fértil, com um povo cheio de vontade de crescer e se desenvolver. Como me disse um amigo que fiz em Pintadas – que é, aliás, um empreendedor promissor e um marqueteiro de mão cheia: “O sertão não é como a TV mostra. O sertão é verde. Verde Schneider” 🙂
Conversa
Denise
8 anos ago
Excelente reflexão! Só vamos mudar o país quando entendermos a realidade das pessoas tendo outra perspectiva. Parabéns pela iniciativa e por mostrar a realidade de outro ângulo!
Flavia Goldenberg
8 anos ago
Areas como estas podem se beneficiar muito do acesso a geração de energia solar. Bela iniciativa!
Fernando Capelari
8 anos ago
Fico contente em ver o que parece ser a primeira aplicação da solução “Water of the Sun” com nosso inversor Altivar. Certamente muito mais oportunidades ainda existem para desenvolver, muito bom!!
José Ricardo soares faria
8 anos ago
Muito bom, a Schneider está de parabéns.
Precisamos divulgar mais, a humanidade continua crescendo, e a natureza acho que não vá suportar só com as hidrelétricas, energias renováveis são qualidade de vida melhor…
Parabéns.
Aldair
8 anos ago
Boa notícia. Faltou mostrar com mais detalhes o sistema das placas fotovoltaicas, qual a área necessária com relação ao volume a ser bombeado, etc.
Gostaria de deixar como sugestão para formação de parceira de difusão de conhecimento, entrar em contato com o CETEC da UFRB em Cruz das Almas-BA.