Equipe brasileira se destaca em concurso de inovação da Schneider Electric

Estudantes participaram de concurso internacional com proposta de uma fazenda urbana tecnológica. Equipe indiana venceu com projeto de uma bateria a partir de extratos de ervas.

ALEXANDRE CANAZIO, DA AGÊNCIA CANALENERGIA, DE BARCELONA (ESPANHA)*COMPARTILHAR

A Schneider Eletric promove a quase 10 anos um concurso para estudantes de todo mundo proporem ideias inovadoras relacionadas ao seu negócio. Este ano, mais de 3 mil estudantes submeteram suas ideias. Desses, oito times finalistas, formados por duas pessoas, puderam apresentar suas ideias ao comitê julgador durante o Innovation Summit promovido pela empresa em Barcelona, na Espanha.

Entre os finalistas estava uma dupla brasileira da Universidade Federal de Ouro Preto. Mirian Maia, estudante do último ano de arquitetura, e Lucas Batista, do penúltimo ano, apresentaram um projeto de fazenda urbana digital. Segundo Mirian, a oportunidade para participar do concurso apareceu de forma inusitada, quando um amigo que mora nos Estados Unidos, enviou o link para ela. A partir daí, ela pegou seu Trabalho de Termino de Curso, o TCC, focado em planejamento urbano e ferramentas de Internet das Coisas e Big Data.

Então, ela chamou o amigo Lucas Batista para participar e focaram o projeto em uma demanda social. Os vazios urbanos surgiram como tema para explorar. Mirian disse que eles lembram de um trabalho da UFOP sobre a agricultura e quiserem transformar em algo mais comercial. A ideia que surgiu foi tornar esses espaços em fazendas urbanas. Para isso, pensaram na utilização de sensores e geolocalização para definir os melhores lugares e plantios mais adequados.

A fazenda proposta usa aquaponia, que une hidroponia com criação de peixes, em um circuito interligado. Para tornar o projeto mais eficiente e acessível, os estudantes previram o uso de geolocalização para demarcar as áreas vazias nas cidades e um grupo de sensores para análise da área, para verificar questões como chuvas, poluição, solo. Assim, se criaria um banco de dados para filtrar informações e determinar o melhor uso da área.

“A nossa proposta, então, seria criar um sistema que seria adaptável para cada cidade. Ele iria minerar esses dados e falar o que é melhor para cada região”, afirmou Mirian, após a cerimônia de premiação em Barcelona. O sistema seria disponibilizado tanto para empresas, como prefeituras e usuários comuns. Esses pagariam apenas uma anuidade de 2 euros por ano. “Pensamos em um valor baixo para ter o acesso a essas informações já filtradas”, completou.

Mirian e Lucas explicam que as informações coletadas pelos sensores e softwares são analisados por uma inteligência artificial, que apresenta soluções para o interessado em desenvolver a terra. Unindo tecnologia e o social, os estudantes esperam ajudar comunidades a terem melhor qualidade de vida, com comida de melhor qualidade e menores preços.

“Você tem a possibilidade de achar essas localidades. E com essas informações, as políticas públicas podem ser construídas”, afirmou Lucas Batista. Ele sintetiza a ideia dizendo que os sistemas existem e a proposta os deixam mais inteligentes. “Essa é a nossa proposta, organizar as informações”, completou.

Os estudantes brasileiros ficaram felizes com a participação e a possibilidade de estar em um concurso com estudantes de universidades como Princeton e Leads. O trabalho de oito meses da dupla foi o vencedor da etapa sul americana. Mas o grande prêmio ficou com a dupla da Universidade Técnica do Rajastão, na Índia.

Os estudantes desenvolveram uma bateria de 1,5 V a partir de extratos de ervas, como aloe vera. Eles terão agora a oportunidade de trabalhar junto com a Schneider Eletric e poderão visitar duas cidades onde a empresa tem escritórios no mundo.

A próxima edição será a 10ª e terá inscrições iniciadas em breve. O programa passa a se chamar “Schneider Go Green” e terá os vencedores anunciados em Las Vegas (EUA), onde ocorrerá o próximo Innovation Summit em 2020.

*O repórter viajou a convite da Schneider Electric

Matéria original da Revista CanalEnergia
Escrita por Alexandre Canazio. 
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