Por dentro da integração de sistemas de um hospital

Existem diversos sistemas dentro de um hospital, e a integração entre eles não só é possível, como altamente recomendável. Em geral, eles são qualificados de acordo com algumas categorias – administrativos, de gestão, de infraestrutura hospitalar e de uso clínico. Para entender melhor por que e como integrá-los, Marcos Felício, Arquiteto de Solução da Schneider Electric, destrinchou as características de cada um.

  • Entre os administrativos, podemos citar os de Recursos Humanos, que quando integrados com sistemas de infraestrutura, como controle de acesso e de TI, possibilitam automaticamente o acesso de colaboradores a lugares específicos, ou a ativação do uso das redes e ferramentas de informática para funcionários admitidos, por exemplo. O contrário também é verdadeiro: quando um funcionário é desligado, todas as permissões, de acesso físico ou lógico, são imediatamente revogadas.
  • Os equipamentos, sejam eles das categorias de uso clínico, como máquinas de imagens, ou de infraestrutura, como máquinas de ar-condicionado, UPS ou circuitos de iluminação, podem estar integrados aos sistemas de Gerenciamento Predial (BMS) e ao sistema de manutenção. Isso é feito com a intenção de notificar e iniciar o processo de reparo no instante seguinte que uma falha ocorre.
  • Os softwares de gestão de pacientes pode ser integrados com o sistema de automação predial, desligando equipamentos desnecessários nos leitos de pacientes que receberam alta, por exemplo. Essa operação economiza energia de luzes, frigobar, TV e ar-condicionado no momento em que a pessoa deixa o hospital. Quando um novo paciente é designado para aquele leito, esses itens voltam a ser habilitados.

Há, ainda, as integrações entre sistemas para a observação financeira, olhando os gastos de insumos versus o número de paciente/dia. Também há as integrações feitas entre os aplicativos para o controle do leito, que permitem ao paciente comandar luzes, televisão, persianas, TV etc, e o sistema de nutrição, em que o paciente pode escolher as opções do menu preparado por um nutricionista.

Quem controla tudo isso?

A ideia principal da integração de sistemas é tornar todas as operações mais eficientes e aumentar a segurança e o conforto do paciente. Segundo Marcos Felício, quem deve controlar essa operação é uma plataforma integrada, que tenha total sinergia com as diversas áreas do hospital.

“É necessário entender que cada categoria de sistemas, normalmente, possui um software especialista realizando a sua função principal e colaborando com um certo grau de interação com essa plataforma mencionada. A maioria dos profissionais que trabalham na operação hospitalar já entendeu que sistemas pequenos e isolados, com baixa capacidade de adaptação, acabam sendo uma dor de cabeça no pós-venda”, diz o Arquiteto de Solução. Por isso, para a construção de um ecossistema de infraestrutura hospitalar, é necessário contar com plataformas robustas, que trarão sustentação de longo prazo.

Mas o trabalho da integração de sistemas não acaba no momento da implementação. É essencial investir no monitoramento constante, à distância, para minimizar riscos de acidentes e perdas de máquinas, além de gastos desnecessários. Não há outra forma de sustentar uma instituição de saúde sem o controle 24/7, a fim de detectar, em tempo real, possíveis problemas que podem ser prontamente solucionados, otimizando o desempenho das operações.

Diagnóstico e resolução de falhas

“A detecção de problemas ocorre no subsistema e é informada a todos os envolvidos e/ou afetados por aquela falha, notificando-os por meio de e-mails ou softwares de mensagens, como o WhatsApp”, diz Marcos.

Uma vez notificados, os responsáveis pela manutenção/operação têm condições de verificar se ações automáticas foram executadas a contento e quais são as medidas adicionais que devem ser praticadas, buscando a resolução do problema. “Mas o mais interessante é que, na atualidade, já é possível em muitos casos antecipar que um problema poderá ocorrer. O uso de dispositivos inteligentes, como disjuntores, UPS, termostatos, câmeras, medidores e outros equipamentos com inteligência embarcada (IoT) podem antecipar comportamentos neles próprios que estão fora do esperado e iniciar um envio de ‘solicitação de manutenção’ antes que algo sério ocorra. Essa nova modalidade está mudando a forma de como compramos os equipamentos de infraestrutura hospitalar. Só quem está na operação no dia a dia é que valoriza esse tipo de recurso”, conclui o especialista.

 

 

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