Embora os nobreaks em data centers sejam essenciais para a continuidade e proteção do negócio, em outros segmentos do mercado a queda de energia pode ser ainda mais catastrófica. Em uma estação petroquímica, por exemplo, a queda de energia pode muito bem ser uma questão de segurança pessoal ou até mesmo ocasionar a perda de vidas. Ou ainda, em uma linha de montagem, a queda de energia pode resultar na impactar diretamente na produção ocasionando a perda de estoques e de muitas horas-homem de trabalho ociosas.
Portanto, quando se trata de aplicar a tecnologia de nobreaks a aplicações industriais, os clientes têm diversas questões a considerar para escolher a solução correta, garantindo não apenas a recuperação efetiva de desastres e a continuidade dos negócios, mas a segurança, a eficiência e o funcionamento adequado da instalação e dos equipamentos. Com isso em mente, apresento a seguir as minhas cinco principais questões a serem consideradas na seleção de um nobreak para aplicações industriais críticas.
1 – Ambiente
O ambiente no qual o nobreak será instalado, muitas vezes dita o tipo de equipamento de que você precisa. Um nobreak destinado para um data center típico funcionará bem em uma sala com temperaturas de 0°C a 40°C e em uma faixa de umidade relativa de 0 a 95%, com proteção de entrada suficiente para evitar a inserção das mãos ou de ferramentas, queda de grandes fragmentos e cabos soltos. Isso pode parecer uma proteção ambiental suficiente, mas não se você estiver instalando o nobreak em um navio no mar, onde ele estará sujeito à exposição ao spray de água salgada e maresia. Ou considere um campo de exploração de petróleo na região sudoeste dos EUA, onde o nobreak pode estar sujeito a temperaturas bem acima de 40°C por longos períodos, sem mencionar a abundância de poeira e areia. Em outras situações, como o chão de fábrica, um navio ou áreas sujeitas a terremotos, a vibração e a estabilidade podem ser um problema.Esses tipos de ambientes extremos necessitam de nobreaks especializados, muitas vezes robustos, que são construídos para suportar estas condições. Há vários níveis de proteção mecânica, para todos esses tipos de condições, tais como a resistência à corrosão em ambiente externo, calor, água residual ou spray de água e umidade excessiva. O fundamental é trabalhar com um engenheiro ou fornecedor de nobreaks para determinar quais são seus requisitos especiais e selecionar ou construir um nobreak sob medida que apresentará um bom desempenho neste ambiente específico.
2 – Perfil de carga
O seu nobreak também deve ser dimensionado para atender adequadamente às propriedades elétricas, ou perfil de carga, dos equipamentos para os quais ele é projetado para proteger. Considere fatores como a carga máxima que o nobreak irá proteger e se essa carga máxima normalmente ocorre em picos curtos ou por longos períodos de tempo. Alguns equipamentos, como impressoras industriais ou 3D, cortadores a laser e dispositivos de digitalização, também apresentam exigências de corrente não senoidal ou complicações harmônicas, que podem aumentar os requisitos de carga do nobreak que os protege ou os tipos de acessórios de filtragem de que ele necessita. Da mesma forma, um nobreak comercial típico pode não absorver a energia gerada pela carga, como o feedback regenerativo de motores síncronos. Se um inversor de frequência ou um kit de partida suave estiver sendo usado com uma carga baseada no motor, isso também afetará o tamanho do nobreak de que você necessita.
Aqui, novamente, é preciso manter uma conversa cuidadosa com o seu engenheiro ou um fornecedor de nobreaks confiável para avaliar cuidadosamente as cargas que precisam de proteção e selecionar os nobreaks mais adequados.
Um nobreak que proteja cargas industriais também deverá ter sólidas capacidades de medição e relatórios, para que possa enviar um alerta caso surjam quaisquer problemas de carga e exibir relatórios sobre a carga ao longo do tempo, para ajudá-lo a avaliar o impacto de quaisquer alterações que ocorreram.
3 – Eficiência
Outro critério de seleção para um nobreak crítico para o negócio (ou, na verdade, qualquer nobreak) é a eficiência energética. Embora, inicialmente, um modelo mais eficiente possa custar um pouco mais, se ele fornecer uma economia de até 5% ou mais ao longo do seu ciclo de vida em comparação com outros modelos, em um grande ambiente você poderá estar falando de uma economia de seis dígitos – mais do que o suficiente para pagar-se.
4 – Integração à rede
Hoje em dia, praticamente qualquer coisa pode ser monitorada – mas não se você não puder conectar-se a ela. Portanto, não se esqueça de considerar e de adquirir um nobreak que possa conectar-se a rede que você tenha em seu ambiente. Qualquer nobreak considerado adequado para aplicações críticas deve oferecer suporte ao gerenciamento, seja via uma placa de gerenciamento de rede ou interface web simples e a protocolos como SNMP. Desde que você possa conectá-lo à rede ao seu redor, seja ela Ethernet, Modbus ou uma rede serial, poderá alimentar os dados de gerenciamento de nobreaks em qualquer ferramenta que utiliza para monitorar o restante da operação.
Leve em conta, é claro, que qualquer coisa que se conecta à sua rede deve ser segura. Dessa forma, certifique-se de que o nobreak escolhido tenha um histórico de segurança, como funções sólidas de autenticação e criptografia.
5 – Experiência na indústria e serviço
As aplicações críticas devem ser confiadas apenas a fornecedores de nobreaks que têm um histórico de bons serviços prestados. Pergunte sobre a experiência na indústria e até que ponto eles apoiam o produto. Com que rapidez eles respondem em caso de uma emergência para o local exato que você necessita? Pergunte também sobre a linha de opções disponíveis em termos de acessórios, incluindo aquelas de terceiros. Recursos de segurança extensos são outro sinal de um fornecedor de nobreaks experiente, incluindo a proteção de backfeed e painéis frontais de fechamento. Várias opções de armazenamento de energia também são um diferencial, incluindo não apenas as baterias tradicionais de chumbo-ácido reguladas por válvulas (VRLA), mas baterias de íons de lítio mais recentes, que prometem uma vida mais longa e a mesma potência com um tamanho menor em comparação com as VRLA. Outra opção são flywheels cinéticos, que também reduzem o tamanho e eliminam as preocupações com eletrólitos e hidrogênio da instalação.
Para mais informações históricas sobre nobreaks e suas características, baixe o white paper gratuito da Schneider Electric “Os diferentes sistemas de nobreaks”.
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