Se analisarmos o panorama atual de qualquer fabricante de máquinas (OEM) estabelecido a nível nacional, veremos que enfrenta uma concorrência feroz e altamente globalizada, muito focada em oferecer máquinas de alto desempenho, de cada vez maior qualidade e a preços verdadeiramente imbatíveis. Assim, para os OEMs tradicionais, manter a competitividade passa inevitavelmente por fazer as coisas de forma diferente do que sempre fizeram. Por outras palavras, precisam de se transformar.
Esta transformação deverá centrar-se sobretudo em dar resposta às múltiplas preocupações que o utilizador final enfrenta no seu dia a dia. Por exemplo, como é possível melhorar a sua capacidade de dar resposta aos problemas mais imediatos? Como se pode evitar a perda de conhecimento? O que se deve fazer para atingir as metas de sustentabilidade? Como se pode antecipar o que pode vir a acontecer?
Para poderem responder a estas perguntas, os OEMs devem incorporar os dados como um elemento-chave na sua equação. É a partir deles que se obtém o conhecimento que permitirá aumentar a visibilidade sobre os ativos a nível mundial e garantir a sua disponibilidade e rastreabilidade; da mesma forma, este conhecimento também possibilita a oferta de um portefólio de serviços orientados para melhorar a atividade diária do utilizador final. Assim, os OEMs podem deixar de se apresentar como um fornecedor típico e passar a ser vistos como parceiros cujo interesse e compromisso será oferecer resultados concretos e não um simples produto.
É neste ponto que os OEMs devem perguntar-se que tipo de soluções tecnológicas devem implementar para dar início ao seu próprio caminho de transformação digital. A Schneider Electric acredita que isso acontece com a implementação de uma plataforma que dê resposta aos seguintes requisitos:
- Ser capaz de incorporar todas e cada uma das suas necessidades, para além de permitir um alto nível de personalização
- Requerer pouco esforço de especificação de metodologias, normas e enquadramentos
- Preço na média das alternativas semelhantes
- Rapidez de implementação
- Facilidade de manutenção, extensibilidade e escalabilidade
- Permitir que não se dependa excessivamente do talento
- E, talvez o mais importante, ser sustentável a longo prazo.
Dentro de uma organização, esta plataforma deve ser o hub central que armazena e contextualiza a informação procedente dos diferentes departamentos, ativos, processos e operações, para que possa ser posteriormente analisada e explorada. Na realidade, esta é a base de qualquer processo de Transformação Digital, que deve começar preferencialmente de forma gradual e, a curto prazo, estar mais orientado para a resolução das necessidades mais imediatas; depois, a médio/longo prazo, tornar-se-á o melhor aliado para a tomada de decisões. Este conceito é conhecido como “Data-Driven”, em que as decisões estratégicas são tomadas com base em dados, e não com base na intuição ou experiência. A partir daqui, as possibilidades multiplicam-se. Quem não gostaria de explorar os benefícios de uma economia de APIs, implementar um portefólio de serviços que oferecem valor acrescentado real à operação ou manutenção das máquinas, ou tirar partido da enorme vantagem competitiva que a implementação de um gémeo digital promete? Os dados são tudo.
A transição energética é outra realidade que os OEMs devem considerar seriamente ao desenhar e construir as suas máquinas, devido à situação delicada que o planeta atravessa. As alterações climáticas estão a acelerar muitas iniciativas de sustentabilidade e eficiência energética, pelo que será essencial preparar digitalmente as máquinas para que sejam capazes de se integrar em ambientes de produção sujeitos a diferentes regulamentações, normas e métodos de funcionamento, e ao mesmo tempo estarem preparadas para produzir tendo em conta estratégias de economia circular, entre outras.
No entanto, ainda hoje vemos que a palavra Transformação muitas vezes incute uma espécie de “vertigem” nos OEMs porque, embora seja atraente por um lado, é desconhecida por outro, o que levanta sempre dúvidas. Na Schneider Electric estamos cientes desta realidade, pois também aceitámos há algum tempo o desafio de nos transformarmos enquanto empresa. Na verdade, quase podemos dizer que é algo que fazemos todos os dias, porque vivemos num mundo que parece estar permanentemente em fase “Beta”. Ainda assim, a mudança está sempre associada a novas oportunidades, e é aí que pretendemos acompanhar os nossos clientes. A digitalização e a transformação digital são um processo inevitável que qualquer OEM terá de enfrentar mais cedo ou mais tarde para garantir a sua competitividade e sustentabilidade de negócio. Assim sendo, enquanto fornecedores de soluções e tecnologias industriais, temos a obrigação e a responsabilidade de entender melhor os nossos clientes e o seu ambiente, com vista a oferecer-lhes as melhores ferramentas e soluções que os ajudem a proteger e melhorar a sua atividade diária.
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