Todos sabemos como incêndios de origem elétrica podem ser potencialmente devastadores em qualquer tipo de edifício. Não apenas a vida humana é colocada em risco, mas os danos materiais resultantes e a interrupção dos negócios podem ser extremamente caros. Tomemos, como exemplo, o incêndio causado por uma falha no painel no aeroporto Hartsfield de Atlanta em 2017, que causou perdas de US$ 50 milhões e 1400 voos cancelados para a Delta Airlines.
Os incêndios elétricos representam 22% dos incêndios no local de trabalho e são uma das principais causas de incêndios em hospitais (após incidentes originados em cozinhas hospitalares). Enquanto os incêndios elétricos geralmente ocorrem devido a defeitos na fiação, nos interruptores e nos motores do sistema de média ou baixa tensão, uma grande seguradora estima que aproximadamente 25% de todas as principais falhas elétricas se devem a conexões soltas ou com defeito.
É por isso que muitos órgãos reguladores exigem inspeções térmicas anuais para reduzir os riscos de incêndio devido a conexões defeituosas. Até agora, a termografia por infravermelho (IR) tem sido o método usado para essas pesquisas. O método pode ser muito eficaz quando realizado em conformidade com os regulamentos. Nesta série de dois posts, veremos como os incêndios elétricos acontecem e como as soluções emergentes de monitoramento térmico contínuo passaram a oferecer uma maneira mais segura e abrangente de detectar riscos térmicos.
O que origina um incêndio elétrico?
As conexões elétricas defeituosas são uma das principais causas de falha nas instalações de média e baixa tensão. Torque de aperto inadequado, vibrações constantes, corrosão ou atrito excessivos podem causar deterioração nas conexões dos cabos, barramentos e disjuntores. O ciclo frequente de temperatura e de abertura/fechamento podem contribuir ainda mais para o afrouxamento.
As más práticas durante serviços também podem causar problemas. Seja durante o teste de isolamento do cabo ou a manutenção nos disjuntores, quaisquer erros na inspeção, reaperto ou alinhamento podem resultar em um ponto de conexão não confiável.
Para essas conexões, o aumento da resistência de contato acelera a deterioração que, por sua vez, causa um aumento de temperatura. Isso causa deterioração, aumento de resistência e eventual fuga térmica causando incêndio, arco elétrico ou explosão. É por isso que é tão importante detectar temperatura anormal do barramento em tempo hábil de evitar incêndios.
Potenciais deficiências das inspeções térmicas
A abordagem mais comum para inspeções térmicas é usar termografia por infravermelho, usando uma câmera térmica para inspecionar as áreas de maior risco dos equipamentos elétricos. Isso geralmente é feito em intervalos regulares, como, por exemplo, a cada 12 meses. Embora a tecnologia e o processo sejam eficazes quando executados dentro desses parâmetros, o método possui algumas deficiências.
Primeiro, como as inspeções são realizadas apenas em intervalos específicos, a equipe pode não ser alertada sobre a rápida deterioração de um ponto de conexão específico. O acesso restrito a algumas salas elétricas também pode causar riscos.
Em seguida, para testar o equipamento ativo, uma janela de inspeção é frequentemente instalada naporta do painel de distribuição, para permitir o acesso da câmera, ou o operador pode precisar abrir uma porta para acessar o equipamento de baixa tensão. Espaço limitado e visibilidade dos pontos de contato também podem tornar desafiador o posicionamento da câmera. Essas condições trazem preocupações de segurança em função da exposição do operador a eventual arco elétrico.
Finalmente, as inspeções de termografia por infravermelho podem ser caras, embora o retorno do investimento seja alto. Estima-se que as inspeções de termografia, seguidas de reparos oportunos, possam proporcionar um retorno de R$ 4 para R$ 1 investido, ao evitar falhas no equipamento.
Em meu próximo post, veremos como os novos sistemas de monitoramento térmico oferecem uma série de vantagens operacionais e de manutenção em relação à termografia por infravermelho, com um retorno de investimento ainda maior.
Para saber mais sobre as soluções de monitoramento térmico, faça o download do artigo da Schneider Electric “Como o monitoramento térmico reduz o risco de incêndio de origem elétrica de maneira mais efetiva que a termografia por infravermelho” e assista ao vídeo abaixo.
Adicione um comentário