Desde que os custos de energia e emissões dos data centers começaram a ser observados por pessoas fora da indústria, muitas colunas dos meios de comunicação em geral, bem como aqueles especializados em data centers, estão envolvidas em um debate contínuo sobre duas questões interligadas, mas muitas vezes aparentemente opostas: eficiência e tempo de operação (uptime).
Em todo o mundo, os altos níveis de consumo de energia dos data centers foram apontados não apenas como uma questão relevante, mas também como um grande custo de propriedade. Também é geralmente aceito que os servidores nos data centers consomem uma quantidade significativa de energia, mesmo quando estão ociosos. Na verdade, diversos especialistas falaram extensivamente sobre este assunto, enquanto os fabricantes introduziram todos os tipos de produtos energeticamente eficientes e orientações para “ajudar” os operadores a reduzir seu consumo de energia e executar instalações mais eficientes.
Também é verdade que em muitos países os custos de energia subiram e essa tendência só vai continuar ao longo do tempo: aparentemente uma outra forte razão para trabalhar duro visando reduzir o seu consumo de energia (ou para migrar as suas instalações para um local com baixos custos de energia).
No entanto, o outro lado da moeda é que a maior parte do gerenciamento de data centers visa principalmente maximizar o tempo de atividade e resiliência de suas instalações, mesmo às custas de maiores custos de energia, capacidade estagnada ou perdida, ou instalações menos eficientes de maneira geral. Boa parte da discussão na indústria também tem girado em torno de ajudar a identificar produtos, treinamento, consultoria e assim por diante, para minimizar a possibilidade de os recursos de TI não estarem disponíveis no momento em que eles forem necessários, uma vez que os custos podem ser enormes, dependendo da sua linha de negócios.
Mas se você também esteve acompanhando o fluxo de pesquisas e dados, atualmente regular, sobre a indústria de data centers, também verá que a tendência geral de uso de energia continua aumentando, juntamente com a quantidade de espaço que é projetada para construção.
Para mim, não consigo deixar de questionar qual é o tamanho dos incentivos para fazer as pessoas mudarem seus hábitos de consumo de energia.
Ninguém parece estar negando que a diminuição do uso de energia seja algo positivo – afinal, há benefícios mais amplos do que um resultado financeiro mais saudável: há menos emissões de carbono associadas com a diminuição do uso de energia, menos pressão sobre os recursos energéticos locais para as instalações, e menos manchetes negativas sobre o tamanho da cidade que o seu data center consome em energia. Além disso, há a satisfação obtida por gerenciar uma operação otimizada e eficiente, e ser um bom cidadão corporativo e global, à medida que você minimiza o impacto de suas atividades sobre os recursos da Terra. Em um futuro não muito distante, provavelmente também haverá uma série de impostos que poderão ser evitados.
No entanto, apesar de tudo isso, ainda parece que muitas empresas preferem continuar pagando suas contas de energia, mesmo que elas estejam aumentando cada vez mais, a migrar seus data centers agressivamente para um consumo de energia muito menor. Talvez o fato seja que alguns operadores tenham suas contas de energia pagas por outra parte do negócio. Ou talvez seja porque os custos de eventuais problemas, bem como aqueles de reengenharia de instalações, não sejam percebidos como atraentes o suficiente ainda para incentivar a mudança. Eu mesmo ouvi de um editor de uma revista bem conhecida que os impostos de carbono não têm impacto suficiente para promover uma mudança de hábitos.
Tudo isso me traz de volta para a pergunta do título: Qual deve ser o tamanho das economias?
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