Autor: Óscar Arroyo, Gestor de Contas & Parcerias de Power Products, Schneider Electric
O modelo de negócio de Energia como Serviço (Energy as a Service – EaaS) permite às empresas associar-se a fornecedores de soluções tecnológicas, como a Schneider Electric e a sua rede de parceiros, e monitorizar ativamente a sua carteira de ativos energéticos, implementar soluções de gestão de energia, aquisições sustentáveis, eficiência energética ou microgrids sem necessidade de fazerem o investimento inicial ou de terem os ativos no seu balanço contabilístico.
Nos próximos meses, as empresas vão ter de enfrentar a sua própria transição energética. A subida dos preços da energia e a pressão crescente, tanto em termos legislativos como por parte dos clientes, levam cada vez mais empresas a lançar-se em projetos estratégicos de aquisição de energia, melhorando a eficiência energética das suas instalações, soluções de armazenamento e autoconsumo e integração da mobilidade elétrica, para citar apenas alguns dos exemplos mais comuns.
O fornecedor de Energy as a Service concebe e dimensiona o projeto de acordo com as necessidades do cliente, financia os equipamentos e a implementação do projeto, ocupa-se da manutenção dos equipamentos e monitoriza e otimiza o desempenho.
Por sua vez, o cliente paga honorários – mensais, trimestrais ou anuais – pelo serviço recebido. Graças à implementação da solução, a fatura elétrica pode ser reduzida – e pode mesmo ser possível alcançar um equilíbrio positivo entre aquilo que deixa de pagar ao fornecedor de energia tradicional e os honorários que tem de pagar ao seu fornecedor de Energia como Serviço. Para além disso, atualmente existem também muitas ajudas e subsídios para a descarbonização e a melhoria da eficiência energética que podem contribuir para uma redução do pagamento ou para uma duração mais curta dos contratos.
Se tivermos em conta que, na maioria dos casos, a principal barreira que as empresas enfrentam quando realizam os seus investimentos em descarbonização e eficiência energética é o financiamento, não é de estranhar que os modelos “as a Service” estejam a crescer rapidamente no nosso país, pois permitem que as empresas consigam dar resposta a esta maior complexidade na gestão de energia e recursos sem comprometer as suas limitações operacionais e financeiras. O aparecimento deste modelo reduz drasticamente as barreiras à entrada e permitirá que cada vez mais empresas se aproximem dos seus objetivos energéticos e de sustentabilidade.
Fundamentos dos modelos de negócio “as a Service”
Os modelos de negócio “as a Service” são, geralmente, o resultado de uma combinação de soluções que incluem hardware, software e serviços. As principais características que diferenciam os modelos “as a Service” dos modelos tradicionais são:
- Pagamento num modelo de quotas ou subscrição: a empresa paga uma taxa por um pacote de soluções, o que lhe permite reduzir a volatilidade dos preços, reduzir os riscos e não incorrer em investimentos significativos de capital inicial.
- Pagamento pelo serviço: o que se paga é o resultado – desde que funcione – e não o ativo. As reparações e a manutenção também são pagas pela empresa que fornece o modelo “as a Service”. Na prática, isto significa que o fornecedor dará sempre prioridade a soluções tecnologicamente robustas e garantirá o seu correto funcionamento, optando, em muitos casos, pela manutenção preditiva para minimizar os incidentes.
- O fornecedor assume os custos do projeto: incluindo o equipamento e o seu comissionamento, gestão e manutenção.
Estes modelos são viáveis porque se baseiam fortemente na digitalização, que permite níveis de eficiência e gestão da operação que não eram possíveis até há pouco tempo. Sensores, dispositivos conectados e software de gestão garantem que o serviço está a ser prestado da forma mais eficiente em todos os momentos.
O modelo “as a Service” para sistemas de energia
As soluções oferecidas pelos modelos de Energy as a Service costumam abranger vários aspetos da energia, desde sistemas de medição a microgrids, recursos energéticos distribuídos, integração de mobilidade elétrica, sistemas de recuperação de calor residual, etc.
Uma “microgrid como serviço”
Cada vez mais empresas estão a optar por uma microgrid para reduzir a volatilidade dos seus custos energéticos e aumentar a sua resiliência.
Uma microgrid é um conjunto de recursos energéticos distribuídos localizados por detrás do contador que funciona como um sistema, conectando a produção renovável, o armazenamento e as cargas, e que pode funcionar estando ligada à rede ou de forma totalmente independente.
É uma solução particularmente interessante para indústrias, centros logísticos e também edifícios terciários que disponham de uma superfície de telhado ou de um terreno adjacente que permita a instalação de painéis solares, uma vez que lhes permite produzir, armazenar ou vender energia em função das condições climatéricas, das previsões do preço da energia, etc. Pode, por exemplo, utilizar as suas próprias cargas, evitando pagar quando alcança picos de consumo, ou vender à rede parte da energia excedente que produz – um bom exemplo seria o caso de um centro comercial, que pode vender a energia produzida nos dias em que não está aberto.
As microgrids são projetos ambiciosos e complexos – sobretudo quando incluem uma gestão inteligente e integram outros subprocessos como a mobilidade elétrica, etc. –, mas apresentam um prazo para atingir o retorno do investimento e benefícios a curto, médio e longo prazo que fazem delas um dos principais projetos nos quais um modelo “as a Service” se pode basear.
Como saber se a sua empresa é passível de adotar um modelo de Energy as a Service?
Desde 2019, quando a Navigant nos colocou no topo do ranking das empresas que oferecem Energy as a Service, temos vindo a trabalhar para proporcionar a mais empresas a possibilidade de aderirem a um modelo “as a Service”.
Temos acordos com diferentes empresas que permitem aos nossos clientes beneficiar de modelos de Energy as a Service, como por exemplo a GreenYellow, entre outras.
Desenhamos a solução, dotando-a dos produtos e software mais avançados e partindo sempre da premissa de que devem ser cibersegura, escalável e aberta à possível integração de futuros desenvolvimentos – nossos ou de terceiros –, e os nossos parceiros ajudam-nos a tornar tudo isto possível.
Se necessita de mais informação ou quer que estudemos o seu caso particular, contacte-nos aqui.
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