Eficiência energética: Melhor iluminação? Contas com valores mais baixos? Bobagem!

Começando agora, vamos admitir a insensatez da eficiência energética. É muito específica e muito prescritiva. A eficiência energética é um componente relativamente inexpressivo da eficiência global, que é medida adequadamente em dólares por unidade de produção (ou consumo). Outros ingredientes da eficiência são o desgaste e a deterioração (depreciação), o retorno sobre o ativo líquido, os custos de manutenção e vários outros fatores de naturezas diversas. Escolha o sabor da sopa que você quiser: o que importa é a refeição completa.

Por dois anos, o estado de Massachusetts foi o estado mais eficiente no uso da energia nos EUA. As concessionárias de energia fizeram tudo o que puderam em termos de iluminação eficiente, isolamento térmico, reajustes e reengenharia. Ainda assim, os legisladores exigem mais. A resposta pode ser deixar o cliente de lado e adotar uma visão mais ampla.

A rede mais eficiente seria aquela que oferecesse estabilidade, segundo o qual a oferta e a demanda se mantivessem constantes e equilibradas. O ritmo de vida impede esse estado de perfeição, mas estamos bem aquém do que podemos fazer. Um melhor gerenciamento predial, a programação industrial e formas mais eficazes de adaptação às mudanças comportamentais podem ser muito úteis para achatar os picos e preencher os vales.

Em coordenação com a comunidade, os picos de uma área podem ser usados para preencher os vales de outra; a principal vantagem das microrredes. Essas estratégias podem implementar o armazenamento de energia, recarga de veículos elétricos e geração distribuída, à medida que surgirem no horizonte. Talvez o futuro do Planejamento de Recursos Integrados deva abranger “Distritos Energéticos”, microrregiões que se auto-otimizem e representem um perfil “plano” na rede mais ampla. Talvez a concessionária do futuro tenha de desenvolver, ser proprietária e operar esses recursos de microrregiões em vez de se restringir à rede tradicional.

A rede em si tem um longo caminho a percorrer. Diversas operadoras injetam mais energia do que o necessário para garantir que o cliente na ponta da linha ainda receba a energia conforme as especificações de tensão e frequência. Sensores posicionados estrategicamente com controle volt-var podem reduzir a transmissão de energia aos níveis exatos necessários. As concessionárias de energia que utilizaram este recurso tiverem reduções de 2% a 6% no consumo de energia e isto em sua área total, não apenas considerando os clientes que participaram de programas de eficiência.

As linhas dinâmicas podem “abrir espaço na tubulação” significativamente. De um ponto de vista conservador, as operadoras transmitem energia apenas até a capacidade nominal das linhas de transmissão, um volume estático. Entretanto, a capacidade das linhas varia conforme as condições ambientais sendo que estas costumam ser capazes de transmitir bem mais do que a carga nominal permitida (que é sempre a mínima). Projetos-piloto demonstraram melhoria de até 50%, porém isto requer dados e equipamentos capazes de determinar continuamente microalterações climáticas e as condições das linhas. Nas melhores condições de tempo frio e com vento, isto pode ser importante nas áreas em que a geração de energia eólica seja restringida pelo sistema transmissão.

Os EUA claramente sequer chegaram perto da eficiência, se pensarmos, de forma mais ampla, que ela deva ser específica das instalações de clientes.

E quanto à resposta à demanda? Que bom que você perguntou.

Eficiência é uma questão ambiental, mas a resposta à demanda é uma questão de gerenciamento. Ele pode moldar, regular e organizar o uso da energia em resposta a uma ampla gama de oportunidades. É enlouquecedor ouvir as pessoas definirem resposta à demanda como a redução do consumo em horários de pico. Na verdade, todas as formas de geração de energia têm uma maneira análoga de responder à demanda. Vamos deixar os detalhes para uma outra ocasião, mas uma política pública adequada deveria assegurar que os ativos que atendem à demanda fossem empregados com eficiência, antes de acrescentar infraestrutura física. Ousaríamos interferir nos assuntos da Big Data? Espere aí…

Meu pai sempre dizia que deveríamos aprender a usar bem uma ferramenta, mas sempre usar a ferramenta correta para a tarefa em questão. Em relação à eficiência nos EUA, até o momento, temos utilizado o martelo para todas as tarefas. Já chega.

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