A geração distribuída não é um conceito novo no campo da energia elétrica. No entanto, com a popularização do Smart Grid e a interconectividade proposta pela Internet das Coisas, a ideia ganha uma nova gama de possibilidades e aplicações.
O aumento do consumo de energia elétrica é uma constante presente em qualquer país do mundo que tenha cresicmento na economia. Os investimentos no setor elétrico, no entanto, nem sempre acompanham as necessidades, o que gera uma defasagem no sistema e cria problemas para os usuários. Uma rede elétrica que esteja operando perto do seu limite, pode gerar pequenas instabilidades, blackouts e até racionamento; problemas bem conhecidos pelos brasileiros.
Aumentar a capacidade de geração de energia elétrica para mitigar estes problemas é o caminho mais utilizado; a construção de novas usinas hidrelétricas e termoelétricas é o maior exemplo disto. No entanto, estas obras são caras, demoradas e geram problemas até no campo político e social. O maior consumo de energia elétrica é feito em centros urbanos, longe das usinas. As linhas de transmissão necessárias para levar a energia do ponto gerador para o consumidor final também são caras, limitadas em capacidade e geram perdas no sistema. Para cada kWh consumido na sua residência ou empresa, uma parcela foi perdida na transmissão. Como regra geral, quanto mais longe do consumidor a usina for localizada, mais ela precisa gerar para compensar as perdas no sistema.
A geração distribuída permite minimizar as perdas no sistema. Com as fontes geradoras fisicamente próximas ao consumidor final, as perdas na transmissão são minimizadas. Isto leva a um aumento na eficiência e na capacidade efetiva do sistema.
Diversificar as fontes de geração de energia elétrica é importante. Todos sabemos das crises de energia causadas por barragens baixas, resultado da falta de chuvas. A geração distribuída facilita este aspecto, pois pequenas usinas podem ser instaladas, tendo fontes de energia variadas. O sistema como um todo fica robusto e não depende de apenas uma ou duas fontes de energia. A resolução 482 da ANEEL, por exemplo, descreve a instalação de fontes renováveis e prevê, inclusive, compensação para consumidores que gerem mais energia do que consomem.
A ampliação do sistema elétrico, necessária para amparar o crescimento econômico, também é mais fácil e eficiente quando é feita de forma distribuída. Desconsiderando os aspectos econômicos e políticos da construção de grandes usinas, o aspecto técnico já é diferencial. Em geral, grandes usinas são construídas prevendo um crescimento na demanda; ou seja, com capacidade acima da necessária atualmente. Até que a demanda elétrica aumente, o sistema está superdimensionado e com capacidade ociosa. A geração distribuída permite investimentos menores, pontuais, mais ágeis e eficientes.
É dificil mensurar quanto de avanço nesta área vem ocorrendo. A resolução 482 da ANEEL, por exemplo, foi um passo importante para investimentos na geração distribuída. No entanto, ainda há bastante trabalho a ser feito e espaço para melhorias, que vão desde uma maior oferta por parte das empresas do setor, até uma regulamentação que favoreça quem investir em soluções que trazem benefícios para toda a sociedade.
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