O setor elétrico está diante da oportunidade de evoluir e encontrar soluções práticas que reflitam a realidade dos consumidores e das empresas de energia do século 21. Eficiência operacional, novas fontes de energia, menor emissão de carbono, tarifas mais ajustadas e maior participação do consumidor são somente algumas questões que se apresentam como desafios a serem vencidos pelo segmento.
A realidade brasileira
O sistema elétrico brasileiro é único no mundo, e, no decorrer do tempo, tem revelado possuir características muito particulares. Sua matriz energética é baseada principalmente em energias renováveis o nível de integração das bacias hidrográficas e da infraestrutura para o transporte da energia, por exemplo, chegou a patamares continentais ainda não atingidos por países da Europa e dos Estados Unidos. É preciso reduzir ainda mais a defasagem de infraestrutura presente no País. A interconexão dos sistemas no território brasileiro foi o caminho natural encontrado para se obter um melhor balanceamento e manter a segurança da oferta de energia – quando indisponível em uma região, ela é compensada por outra região momentaneamente mais favorecida. Por outro lado, quanto mais pontos de interconexão, mais complexidade no gerenciamento do sistema.
No que diz respeito a distribuição de energia ao consumidor, as diferenças socioeconômicas do território brasileiro representam um desafio muito grande. O País abrange áreas com alta densidade populacional e outras com densidade muito baixa. Há que se vencer desafios a partir das perspectivas social e tecnológica, com soluções distintas que equilibrem custos e benefícios.
Rede inteligente: tecnologia para a modernidade do setor elétrico.
O momento aponta para um rol cada vez mais extenso de possibilidades tecnológicas, e é preciso compreendê-las de maneira que o setor de energia evolua dentro de características que permitam vencer os desafios. É preciso estabelecer uma visão evolutiva e agregar valor com tecnologias e aplicações inovadoras à rede de energia elétrica e, ao mesmo tempo, preservar os investimentos já realizados. É possível prever que a tecnologia terá um papel cada vez mais relevante em todas as áreas do ciclo: geração, transporte, comercialização e uso da energia.
Smart Grid – ou redes inteligentes – antecipar e criar um ambiente que facilite o uso mais intenso da tecnologia em todo o ciclo da energia. Trata-se de um conceito abrangente que pode se tornar um elemento fundamental de transformação.
A realidade do Smart Grid deve transformar o sistema elétrico em uma moderna rede que permitirá às concessionárias de energia e aos consumidores mudar a forma como disponibilizam e consomem energia. A parte mais visível dessa evolução, atualmente, está no uso, em larga escala, dos medidores eletrônicos de energia, que permitirão, em curto prazo, exercitar novas modalidades tarifárias e novos comportamentos de consumo. Telecomunicações, sensoriamento, sistemas de informação e computação, combinados com a infraestrutura já existente, passam a constituir cada vez mais um arsenal poderoso que pode fazer a diferença.
Eficiência sistêmica: preparando-se para o futuro
Para se alcançar um novo patamar de eficiência, as tecnologias que até então eram empregadas para dar suporte à infraestrutura elétrica passarão a ser essenciais, como as tecnologias de informação e comunicação (TICs), que suportarão a utilização em larga escala de medidores eletrônicos e sensores. Essa nova infraestrutura tecnológica permitirá a melhor administração do sistema elétrico – ativos, energia e serviços ao consumidor – resultando em uma maior eficiência técnica, econômica, social e ambiental.
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