Oito de março, Dia Internacional da Mulher. A data pede uma mensagem de otimismo, uma boa notícia, e eu começo por aí.
Empresas que investem em diversidade (“diversidade”, aqui, quer dizer “grupo heterogêneo, composto por homens, mulheres, LGBTs, brancos, pretos, pardos, jovens, velhos, abastados, pobres e por aí vai”) são mais inovadoras. E empresas mais inovadoras investem em diversidade.
Não é coincidência; é círculo virtuoso. Mas não se trata (apenas) de imagem, de reputação. Estamos falando de resultado econômico, de faturamento, lucro.
Companhias com cultura diversa e inclusiva estão obtendo, em média, aumento de 38% na receita – fruto da inovação empregada em produtos e serviços .
Mais: estudos mostram que organizações que têm conselhos com número parecido de homens e mulheres (“gender balance”) e liderança feminina forte apresentam desempenho melhor do que aquelas que não têm .
As estatísticas são animadoras, mas a história – com potencial para o tão desejado final feliz – se perde já nos primeiros capítulos.
O caminho ainda é longo…
Sem meias palavras: o talento feminino ainda é, infelizmente, um dos recursos empresariais mais menosprezados que existem. Ele é desperdiçado pela falta de progresso mundo afora ou simplesmente ignorado.
O Global Gender Gap Report (relatório sobre a disparidade de gênero no mundo), do World Economic Forum, vem acompanhando a diferença econômica de gênero nas mais diferentes regiões do mundo nos últimos dez anos. E quer saber qual é a principal conclusão? O progresso tem sido desigual e lento. Essa diferença caiu só meros 3% ao longo de uma década.
Globalmente, as mulheres estudam mais tempo do que os homens e, agora, ocupam mais cargos profissionais e técnicos em relação ao que ocorria dez anos atrás; no entanto, as chances de elas ascenderem a postos de liderança são de apenas 28% daquelas dos homens.
Continuamos sendo minoria na mão de obra, e, quando participamos da economia formal, nossos ganhos por trabalho similar são menores.
Vamos a alguns números perturbadores: na Indústria de modo geral, a participação das mulheres é de 30%, e a diferença salarial, de 32%. Como membros de conselho, o percentual cai para 28%. Em posição de CEO, muito pior: só 9%.
No setor de Energia, a situação é mais díspar: 19% de mulheres, 31% de diferença salarial. Nos conselhos, elas formam 32% da força de trabalho, mas, no posto de CEO, a participação delas é nula, 0%! (A Schneider Electric não fez parte da amostra pesquisada.)
A mudança é agora!
Estudos empíricos variados sugerem que melhorar a paridade entre homens e mulheres pode resultar em dividendos significativos.
Estimativas apontam que poderiam ser adicionados ao PIB mundial US$ 5,3 trilhões até 2025, se a disparidade entre gêneros na participação econômica diminuísse “só” 25% no decorrer desse período.
Meninas, mulheres: temos que nos movimentar; temos que nos preparar para o futuro. E o setor de Tecnologia deve estar na mira!
Em plena era digital, análise de dados e desenvolvimento de softwares e aplicativos impulsionarão cada vez mais a economia e trarão muitas oportunidades de trabalho.
Não estamos falando exclusivamente do setor de Tecnologia da Informação ou da Comunicação, mas, sim, das mais diversas áreas: Finanças e Investimentos, Mídia, Entretenimento, Mobilidade, Serviços…
Temos feito nossa parte
Na Schneider Electric, homens e mulheres têm as mesmas oportunidades, os mesmos direitos, os mesmos deveres. E nossas metas são cada vez mais ousadas: até o fim deste ano, queremos zerar a diferença salarial entre eles e elas em cargos semelhantes na América do Sul.
Tem mais: globalmente, alcançamos a meta de 42% de mulheres nas novas contratações e a de 85% de colaboradores atuando em países cobertos por processo de equidade salarial.
Outra notícia que endossa o compromisso de oferecer oportunidades iguais para todos, em todos os lugares, é a inclusão da Schneider Electric no Índice Bloomberg de Igualdade de Gêneros 2018, cujos principais objetivos são promover mais transparência no mercado e elevar a consciência sobre temas relativos a gênero.
Também somos signatários do #HeForShe, programa da ONU Mulheres e da UN Global Compact Initiative que incentiva homens e meninos a agir contra as desigualdades negativas enfrentadas por mulheres e meninas.
A história vai longe, mas nós, mulheres, no papel de protagonistas, podemos cuidar do enredo e, assim, garantir o final que sempre desejamos.
Por Tania Cosentino, presidente da Schneider Electric para América do Sul.
[1] BCG Technical University of Munich, estudo “The mix that matters: innovation through diversity”
[1] MSCI, “Women on boards: global trends in gender diversity on corporate boards”, 2015
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