IoT: os “tijolos” do novo edifício de Saúde

A chegada de novas tecnologias demanda, em qualquer setor, adaptações e preparo. Na Saúde, as inovações tecnológicas são vistas com ainda mais rigor, já que elas impactam diretamente o cuidado com a vida. Ao mesmo tempo em que se beneficia dos recursos de última geração, a arquitetura hospitalar, por exemplo, vem se ajustando a eles, a fim de tornar o edifício de Saúde mais inteligente e capaz de operar com mais eficiência e economia. Uma das grandes inovações nesse contexto é o uso da Internet das Coisas, a IoT (Internet of Things).

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O conceito da IoT pressupõe a integração de dispositivos digitais, como smartphones, tablets, wearables e outros tipos de equipamentos com sensores, que coletam dados e os armazenam na nuvem, ou em um software de monitoramento. Em um hospital, pode conectar, de forma inteligente e dinâmica, sistemas elétricos, mecânicos e eletromecânicos e plataformas.

É importante saber que, quando os sistemas operam em silos, ou seja, de forma independente, sem “conversar” uns com os outros, a gestão hospitalar torna-se muito mais dispendiosa, com pouca possibilidade de prevenir problemas e resolvê-los prontamente. A interoperabilidade de sistemas, por outro lado, permite a visão do funcionamento como um todo. Essa análise holística do funcionamento dos sistemas promove o diagnóstico ágil e a tomada de decisões estratégicas para lidar com os problemas assim que eles surgem, otimizando a performance do edifício. E isso acontece com a tecnologia provida pela Internet das Coisas.

O futuro já chegou

A IoT já é realidade em diversos edifícios pelo mundo e vem se tornando mais acessível, uma vez que, com o passar dos anos, houve redução significativa de preços de componentes de TI, como sensores sem fio, por exemplo, e outras inovações em matéria de construção inteligente.

Existem empresas especializadas, como a Schneider Electric, que podem planejar a instalação desse tipo de tecnologia. É possível, por exemplo, começar com projetos focados em um único aspecto, como iluminação. Mas também pode-se contar com a integração total de diversos sistemas, adicionado HVAC, segurança, entre outros elementos.

Há muitas adaptações a serem feitas para que os edifícios hospitalares incorporem a IoT. Afinal, ainda estamos no início de grandes mudanças que devem acontecer com a aceleração da transformação digital. “Os hospitais do Brasil como um todo ainda não estão prontos para abrigar todas essas novas funções, atividades e processos que vão se tornar cada vez mais necessários. Por exemplo, muitos hospitais não têm casas de máquinas adequadas. Conheço alguns que nem possuem centrais de processamento de dados com tamanho, infraestrutura ou climatização adequados”, conta a arquiteta Eleonora Zioni, coordenadora da Pós-graduação em Arquitetura Hospitalar do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa do Albert Einstein.

Mas a atual infraestrutura das instituições hospitalares não deve ser vista como uma barreira para o desenvolvimento de uma arquitetura inteligente. Afinal, a Internet das Coisas pode funcionar e gerar benefícios mesmo em ambientes mais antigos, que gradualmente vão se ajustando às novas necessidades.

A especialista ressalta que novos espaços devem ser criados ou ampliados, a fim de abrigar ambientes digitais, como salas para automação. Outros aspectos também deverão ser levados em conta ao pensar no hospital do futuro. Por exemplo, o uso intensivo de drones e robôs.“Vamos precisar de estacionamento e estação de carregamento, um lugar de manutenção desses equipamentos”, conta ela.

As automações da IoT, segundo Eleonora, estarão presentes nos elementos construtivos do edifício, não só dos equipamentos médicos, criando sinergias. “Quando a gente fala de sensores, não é só o sensor da iluminação que responde a movimentos, mas a integração com o ambiente externo, por exemplo. Isso vai gerar economia de energia, pois você acende a luz com a necessidade. Você tem integração com a climatização, então, se está com excesso de composto orgânico volátil no ar interno, se está com excesso de CO2 devido à grande concentração de pessoas, isso já é resolvido automaticamente”, exemplifica a arquiteta.

Ela destaca: “Hoje, quando a gente tem hospitais com certificação ambiental, que têm salas de automação, a gente projeta essa integração, mas a ideia é que os edifícios dos hospitais digitais do futuro sejam inteligentes e já tenham todas essas tecnologias não como um diferencial, mas como algo básico.” Dessa forma, reflete Eleonora, estaremos colaborando ainda mais na promoção da saúde das pessoas, que, afinal, é o grande objetivo de todo e qualquer hospital.

 

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