A briga entre Facilities e TI precisa ter fim, para o bem do consumidor

Muito se ouve e discute sobre a batalha entre duas áreas dentro das empresas: os gestores de facilities ou manutenção (responsáveis pela infraestrutura elétrica e mecânica dos centros de dados) e os gestores de TI (responsáveis pelos servidores, softwares e rede). Porém, entre essas duas áreas, e guiando a empresa como um todo, está uma figura: o consumidor.

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O fato é que o consumidor e sua necessidade de estar o tempo todo conectado, vem mudando a forma como as empresas se relacionam com ele. Um exemplo é no mercado financeiro: os bancos que antes atendiam seus clientes através das agências bancárias, horas na fila e muito aborrecimento, com a chegada da internet hoje disponibilizam website 24 horas e diversos aplicativos.

Com isso há menos pessoas e menos custo de agência, mas em contrapartida deve-se prover total disponibilidade de acesso a aplicativos, dados e centrais de relacionamento. E tudo isso é provido pelas áreas de facilities e TI juntas.

Conciliando diferenças

Pensando nesse ser exigente – “O Consumidor” – passa a ser mais fácil para a área de facilities entender quando a área de TI “decide” instalar mais um servidor. Tal demanda foi iniciada para atender o consumidor (que pode sim não ter sido planejada mas que é necessária para que a empresa mantenha sua competitividade). Como passa a ser fácil, para a área de TI, entender quando a área de facilities opta por uma determinada tecnologia com flexibilidade e modularidade, que às vezes pode ser mais cara, mas irá atender a flexibilidade demandada pelo negócio e pelo consumidor.

Sendo assim, a briga entre facilities e TI passa a não fazer mais sentido pois o negócio é dinâmico e demandado pelos consumidores, os verdadeiros “culpados”. Ambos precisam estar próximos ao negócio e no entendimento do comportamento do consumidor para seus respectivos planejamentos. E neste cenário, iniciativas como DCIM, Modularidade e Sustentabilidade começam a fazer sentido.

Pois se o crescimento não for sustentável, ele não sobrevive. Não adianta somente falarmos em aumento de custo, precisamos gerenciar este custo de forma inteligente (com o PUE – Power Usage Effectiveness, por exemplo) e assim evitar desperdícios para a empresa e para o globo. Isso tudo sem é claro abrir mão da disponibilidade.

Recentemente em um grupo de discussão com gestores de TI e Facilities promovido pela Schneider Electric em seu Centro Tecnológico em St. Louis, foram relacionadas as prioridades para os gestores de Data Center em geral: 1- Disponibilidade, 2- Flexibilidade, 3- Sustentabilidade.

Ou seja, sustentabilidade já é uma realidade e uma questão de sobrevivência do negócio como um todo.

Modularidade também passa a ser uma iniciativa importante para garantir a flexibilidade, pois é preciso crescer ou diminuir de acordo com a demanda do negócio, onde quem manda são os consumidores. Isso claro sem nunca prejudicar a disponibilidade.

“Não faz mais sentido ter um Data Center projetado para 15 anos. É preciso planejar um passo de cada vez pois se você planeja três passos por exemplo, o terceiro pode já não ser realidade e precisar ser alterado” – diz um gestor de Data Center.

Novas iniciativas

Para acompanhar as mudanças frequentes e necessárias, evitando qualquer tipo de risco, uma iniciativa parece ser fundamental: DCIM – Data Center Infrastructure Management. Essa sopa de letrinhas tão discutida recentemente e que pode ser tanta coisa, promete ser o facilitador da necessária conversa entre as áreas de TI e Facilities.

Segundo o IDC, DCIM é um software que deve incluir planejamento, gerenciamento e otimização de espaço, energia e climatização dentro do data center. Este software foca na intersecção de sistemas de TI e Facilities para criar uma visão ampla do data center.

Para um produto ser considerado DCIM, ele deve visualizar pelo menos um ou mais componentes do lado de TI (máquina virtual, servidores, storage, equipamentos de rede) e um ou mais componentes do lado de facilities (climatização, unidade de distribuição de energia (PDU), No-Break ou UPS, sensores, geradores).

O DCIM é tanto para facilities quanto para TI uma boa forma de trabalho em conjunto bem como um acesso ao negócio como um todo, pois ambos estão (ou devem estar) inseridos na operação e saber da criticidade de um sistema de climatização que suporta um servidor onde “roda” uma determinada aplicação. Assim a discussão sai do âmbito “servidor” ou “ar condicionado” e passa para a aplicação que atende determinado nicho de consumidores. Assim a discussão não é mais de hardware e sim de software e de consumidores afetados.

Concluindo, a instalação de um DCIM envolve o trabalho em conjunto e rompe as barreiras entre TI e Facilities e passa a ser importante para o negócio.

E o custo?

Como então o DCIM e tantos outros ativos de TI podem deixar de ser um custo para ser imprescindível nas instalações? A resposta está em calcular o risco de um determinado aplicativo ou software parado ou mesmo colocar em risco a interface via internet com o usuário (vamos lembrar o que falamos no início, da importância do acesso à distância por parte dos consumidores). Isso pode colocar em risco a sobrevivência ou a marca do negócio como um todo.

E ai está o segredo e o benefício de uma instalação de DCIM: dar ao gestor geral do Data Center uma visão realista da disponibilidade da infraestrutura existente, dos riscos da operação, do planejamento necessário para o crescimento, tudo isso sob a ótica da aplicação que atende o consumidor.

Assim, saímos da discussão da instalação de um novo servidor ou novo ar condicionado para a discussão de custo do data center para o processamento de uma determinada aplicação de TI.

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