Colmatar a lacuna da convergência TI/TO: como as novas tecnologias de produção e as transformações organizacionais podem ajudar

No mercado caótico de hoje, os líderes do setor da produção industrial devem colmatar a lacuna entre os sistemas de tecnologia da informação (TI) nos seus escritórios e os sistemas de tecnologia operacional (TO) nas suas fábricas, armazéns e laboratórios. Evoluções importantes, como a computação na Cloud (para captar e analisar grandes quantidades de dados), o edge control (para reduzir a latência dos dados e permitir decisões locais mais rápidas) e os dispositivos inteligentes e conectados tornam agora possível acelerar a convergência de TI/TO e conseguir níveis muito mais elevados de tempo de atividade e eficiência de produção. De acordo com um relatório recente da Forrester, “Practical Guide to Bridging the IT/OT Divide”, a chave para o sucesso é alinhar as estratégias de integração de TI/TO com os dispositivos e aplicações em evolução.

A adaptação a estas evoluções pode trazer ganhos de eficiência de produtividade a vários níveis. Por exemplo, os fabricantes podem agora aceder a análises de streaming e integrar dados entre os sistemas de TI que captam os pedidos online e os sistemas de TO que os executam, gerando entregas mais rápidas e uma melhor experiência de cliente no geral.

Fatores que estão a simplificar a migração para um mundo de convergência TI/TO

Tal como os sistemas de TI evoluíram de estar focados em hardware para ser orientados por software, os sistemas de TO agora estão a progredir da mesma forma. Por exemplo:

  • O hardware de automação industrial está a ficar “mais inteligente” – Os controladores lógicos programáveis (PLCs) modernos estão equipados com mais memória e processadores mais poderosos do que os dispositivos tradicionais. Isso permite-lhes utilizar sistemas operacionais mais sofisticados, como o Linux, que são populares no mundo de TI. Suportando estes sistemas operacionais, o mundo de TO pode agora aceder facilmente a add-ons de software portáteis que ajudam a otimizar todas as fases das operações de produção.
  • Os fornecedores de hardware de TO estão a ampliar as parcerias com empresas de software – Ou seja, estão a adquirir e/ou a fazer parcerias com empresas para ampliar a funcionalidade das soluções. Por exemplo, a plataforma EcoStruxure™ integra soluções de software específicas para a indústria criadas pela AVEVA (anteriormente Wonderware) e pela ProLeiT (adquirida pela Schneider Electric em 2020). Este amplo portefólio de software oferece soluções inteligentes agnósticas quanto ao hardware que otimizam rapidamente as operações de produção e reduzem as emissões de carbono.
  • As normas permitem o desenvolvimento de software e uma cibersegurança mais rígida – As normas como a IEC 61499 permitem um design centrado nas aplicações, separando o modelo das aplicações do modelo dos sistemas. A programação de aplicações é executada de forma independente dos dispositivos de controlo, recursos, hardware de automação e topologia de infraestrutura de comunicação subjacentes, possibilitando um mercado de software de terceiros para aplicações de TO. Outras, como a IEC 62443, criam condições para as normas de cibersegurança de TO que complementam os níveis robustos de cibersegurança tradicionalmente oferecidos pelas melhores práticas de firewall dos sistemas de TI.
  • Os sistemas abertos estão a substituir os sistemas proprietários – Tradicionalmente, as operações de produção industrial executam a automação industrial de TO em códigos de software proprietários. Como resultado, cada dispositivo exige conhecimentos especializados para manter o código da máquina. Estamos, agora, a evoluir para sistemas mais abertos que, ao eliminar os níveis de complexidade da programação, possibilitam a implementação de arquiteturas baseadas em normas que geram melhorias graduais nas operações, bem como um tempo de comercialização mais rápido de produtos altamente personalizados.
  • Adoção da automação universal – Ao dissociar o hardware do software, a natureza agnóstica quanto ao fornecedor da automação universal leva a uma melhor interoperabilidade de TI/TO. Isto incita à reutilização de ativos existentes em contextos modernos – independentemente do fornecedor que os produziu –, oferecendo um método fácil e económico para manter os sistemas flexíveis e atualizados. A automação universal otimiza a convergência de TI/TO e prepara o terreno para sistemas de autoconfiguração, autorrecuperação e reequipamento rápido que impulsionam a velocidade e a agilidade.

A integração de TI/TO implica um realinhamento organizacional

A tecnologia é apenas uma peça na equação da integração de TI/TO. Também deve alcançar-se a harmonização das técnicas de operação de desenvolvimento de aplicações entre as equipas de TI e TO. A TI beneficia de um modelo operacional maduro que controla a gestão de incidentes, a aplicação segura de patches de software e atualizações fiáveis para dar suporte a novos casos de uso.

As técnicas e plataformas modernas de gestão de ativos de TI e gestão de serviços empresariais podem ser aplicadas ao desenvolvimento do software de TO. Ao treinar especialistas de TO em disciplinas de TI, como operações de programação e análise de dados, ambas as equipas ficam familiarizadas com conjuntos de ferramentas comuns e podem comunicar utilizando a mesma linguagem. Por outro lado, os profissionais de TI estão a ser treinados em código de máquinas PLC. As empresas de produção industrial que pensam no futuro estão também a levar as equipas de TI e TO para uma linha de relatórios (reporting) comum, para facilitar ainda mais a colaboração. Estas iniciativas fomentam o objetivo de compreensão mútua dos processos e da cultura.

Empresas como a Schneider Electric apoiam a aceleração da transformação ao fornecer plataformas como o EcoStruxure Automation Expert, que capitaliza a experiência em software em conformidade com a IEC 61499. Abrangendo as camadas de monitorização, controlo, engenharia e orquestração das operações da fábrica, oferece eficiências de automação de processos às grandes organizações globais de produção industrial.

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